Sarah tem apenas 21 anos, é estudante de marketing, cantora e modelo. Bela e empoderada, ela atrai milhares de seguidores encantados pelo seu talento e ávidos por inspiração para penteados e maquiagem. Mas antes de se tornar uma diva do youtube, ela passou por momentos difíceis na infância, onde teve a autoestima mutilada por situações constantes de preconceito. Já quase em idade adulta, foi pega de surpresa quando foi abordada por seguranças ao simplesmente entrar num supermercado. Para ela, aceitar o cabelo natural, foi um grande passo para aprender a amar a si mesma, mas claro que o apoio dos amigos foi fundamental. A volta por cima deu origem a um canal no youtube que é sinônimo de sucesso. Ela é convidada para representar o cabelo crespo 4B em #olivrodoscachos . Conheça mais sobre a história dela:
A minha relação com o meu cabelo sempre foi péssima quando criança, por conta de imposições das mídias e da sociedade, não tive referências, ou seja tudo a minha volta dizia que o meu cabelo era ‘’ RUIM’
Sabrinah Giampá- Você sempre usou o seu cabelo crespo natural ou também foi adepta de químicas? Conte sobre sua trajetória capilar e relação com o cabelo, da infância aos dias atuais.
Sarah Oliveira- Não, dos meus 9 anos aos meus 14 usei relaxamento, dos 14 anos até aos 16 de idade usei relaxamento e progressiva. A minha relação com o meu cabelo sempre foi péssima quando criança, por conta de imposições das mídias e da sociedade, não tive referências, ou seja tudo a minha volta dizia que o meu cabelo era ‘’ RUIM’, e os meus pais não sabiam como lidar com isso. Sofri muito bullying no colégio por conta do meu cabelo, que consequentemente afetou a minha personalidade acarretando sérios problemas emocionais.
Sabrinah Giampá – Fale sobre isso
Sarah Oliveira– Na infância, eu era motivo de chacota na escola, eu era chamada de cabelo de couve flor, cabelo de Bombril, cabelo ruim. Quando adolescente, uma amiga marcou muito a minha vida ao me dizer que eu era linda, tinha um sorriso, olhos, cor de pele, e cabelo lindo. A partir daquele dia, comecei a me ver com outro olhar e a perceber o quanto eu era linda. Mas foi um processo.
Racistas não passarão!
Certo dia, fui a supermercado quando voltava da escola, eu estava com fome e queria comer algo. Assim que entrei, notei a presença de seguranças vigiando a mim e minha irmã. Na época, estava na transição, mas logo notei que a perseguição era motivada por conta do meu cabelo e minha cor. Fomos arrastadas pelos braços bruscamente até o fundo do estabelecimento. Fiquei em choque, pois estava sendo acusada de ser ladra só por ter entrado no supermercado. Nunca havia passado por uma situação dessas. Me lembro que entrou outra segurança e gritou em alto e bom som: – Só podia ser negra mesmo! – Eu era menor de idade, tinha apenas 17 anos e isso me marcou. Processei o local, que hoje nem existe mais.
Sabrinah Giampá – Já sofreu preconceito/ racismo por conta do cabelo natural?
Sarah Oliveira- Certo dia, fui a supermercado quando voltava da escola, eu estava com fome e queria comer algo. Assim que entrei, notei a presença de seguranças vigiando a mim e minha irmã. Na época, estava na transição, mas logo notei que a perseguição era motivada por conta do meu cabelo e minha cor. Fomos arrastadas pelos braços bruscamente até o fundo do estabelecimento. Fiquei em choque, pois estava sendo acusada de ser ladra só por ter entrado no supermercado. Nunca havia passado por uma situação dessas. Me lembro que entrou outra segurança e gritou em alto e bom som: – Só podia ser negra mesmo! – Eu era menor de idade, tinha apenas 17 anos e isso me marcou. Processei o local, que hoje nem existe mais. Hoje, felizmente, não me importo com o que irão dizer ou pensar ao meu respeito, embora continue não tolerando situações racistas. Sou linda, sou feliz, amo meu cabelo, minha raiz africana.
Já sofri e sofro preconceito por conta do meu cabelo diariamente, mas acreditar em mim, me sentir linda como realmente eu sou, ter me aceitado, tudo isso me torna forte para enfrentar todo tipo de preconceito.
Sabrinah Giampá- Assumir o cabelo natural é um ato político e de empoderamento feminino?
Sarah Oliveira – Assumir o meu cabelo foi para mim um ato de empoderamento feminino sim, eu não só acredito como vivencio isso! Já sofri e sofro preconceito por conta do meu cabelo diariamente, mas acreditar em mim, me sentir linda como realmente eu sou, ter me aceitado, tudo isso me torna forte para enfrentar todo tipo de preconceito.
Sabrinah Giampá- Dizer que o cabelo natural dá mais trabalho que o quimicado é um mito? Explique o porquê
Sarah Oliveira – Embora exija cuidados especiais, me dedico a isso apenas uma vez por semana, então posso dizer que meu cabelo natural dá bem menos trabalho.
Sabrinah Giampá- Por que criou o canal e qual a mensagem que pretende passar para as suas seguidoras?
Sarah Oliveira – Criei o canal para ajudar algumas amigas, e foi tomando um proporção incalculável. Quero continuar sendo inspiração para eles e que o canal possa continuar melhorando a autoestima de muita gente.
Sarah é uma das youtubers convidadas para o projeto #olivrodoscachos
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