A grande revelação: #projetosecretodoscachos

#olivrodoscachos

Finalmente, conseguir dar a grande notícia a todos. Não aguentava mais de tanta ansiedade. Fico muito feliz de escancarar ao mundo esse projeto, que é como um filho pra mim. Assistam o vídeo! Outra boa notícia é que consegui criar uma nova conta no youtube (finalmente!), sendo que excluí minhas duas anteriores por acidente. Por enquanto não tenho nenhum inscrito, por isso conto com a colaboração de vocês. Na verdade eu não sou muito de vídeos, mas quem sabe não me empolgo e faço mais? Obrigada!

Sobre O Livro dos Cachos

Não é só cabelo. É o que está por trás, por debaixo dos caracóis, por debaixo da autoestima mutilada das mulheres, principalmente as negras, desde a mais tenra infância. Onde sonhos são destruídos por conta do racismo, e também do machismo. São anos de submissão à indústria dos alisamentos, das feridas no couro cabeludo, da impossibilidade de transpirar, de dar um mergulho, da impossibilidade de ser quem somos, sem máscaras e artifícios. Da impossibilidade de se gostar, afinal, as referências de beleza são como facadas diárias.

Foto dos bastidores para a sessão de fotos de O Livro dos Cachos. Da esquerda para direita: Rafael Guapiano (maquiador), euzinha, e a youtuber Marfim Rosa, que se tornou uma grande apoiadora do projeto.

Vejo os alisamentos como instrumentos de tortura, que desde sempre foram impostos para crespas e cacheadas como uma forma de co-existir numa sociedade onde quem está fora dos moldes não tem vez. A cobrança é tão forte que a questão da aparência se torna mais importante que a saúde, e que criar um personagem e anular a própria identidade é tido como uma obrigação.

Nosso cabelo não é modismo, faz parte de nós

Assumir os cabelos crespos e cacheados está longe de ser uma moda. Nosso cabelo não é modismo, faz parte de nós, de nossa bagagem genética, ancestralidade, de nossas raízes. Não libertamos nossos cachos para um editorial de moda, libertamos nossos cachos para tirar de nós o peso do padrão de beleza cruel que se depositou em todas nós durante todos esses anos. Para gritar para nós mesmas que somos lindas sem todos os artifícios que fomos obrigadas a adotar: sem ferros quentes, alergias e todo tipo de automutilação. Que podemos ser nós mesmas sem seguir um molde estabelecido.

O preço disso, para algumas, ainda é caro. Ele se traduz em falta de empregos (afinal, “seu cabelo não é apropriado para o cargo” – como se o cabelo desempenhasse a função e não a pessoa), olhares de reprovação, zombaria e sensação contínua de inadequação.

Fico feliz em ter descoberto ainda aos 30,  minha missão de ajudar outras mulheres no resgate de sua verdadeira identidade e  autoestima. Fico mais feliz ainda em conseguir materializar um trabalho de anos em um artigo único e eterno. Vejo em cada palavra que escrevi para este livro, uma parte de mim, da minha história e de todas as pessoas que conheci nessa jornada. Enxergo o Cachos e Fatos no seu início, quando ainda se chamava Preciosas Bobagens, enxergo a Garagem dos Cachos, que me obrigou a sair da minha zona de conforto e encarar uma nova profissão.

Confesso que foi um trabalho árduo, que mexeu comigo mais do que imaginava, me trouxe a tona velhas emoções, sofrimentos, feridas (muitas que achava que já estavam cicatrizadas), e também lágrimas de alegria.Percebo que parte de mim que achava ter ficado para trás ainda vive lá no âmago, e que minhas fraquezas contribuíram diretamente no meu processo de autoaceitação e empoderamento.

Não existe cacho perfeito!

Além da questão política, O Livro dos Cachos ainda atua como um guia de apoio para todos os tipos de encaracoladas, respeitando todos os tipos de textura, e mostrando que cada cabelo tem a sua beleza única. Para dar vida a esta seção do livro, convidei algumas youtubers pioneiras nesta missão, e algumas novatas, que traduzem por si só esta mensagem. Enchendo este trabalho de beleza, diversidade e muito amor. Meu muito obrigada desde já para Amy Laize, Mari Vasconi, Morena Raiz, Nanda Chaves, Mari Morena, Marfim Rosa, Aline França, Sarah Oliveira e Taís Eustáquio.

Conhecimento empodera!

Após tanto tempo sem informações coerentes, nós agora temos o mundo, sabemos diferenciar nossos tipos de textura, e escolher nossos cosméticos pelo rótulo e não pelo marketing sedutor, o que não deixa de ser uma forma de empoderamento. Mas finalmente, minha maior realização, além de compartilhar essas informações de forma condensada com um público bem maior, é dar dar minha contribuição concreta ao feminismo, através do movimento da democratização da beleza, em prol dos cabelos naturais.

INFORMAÇÕES SOBRE O LANÇAMENTO #OLIVRODOSCACHOS

Agradeço desde já a todos que contribuíram para que isso se tornasse possível, principalmente a todas as pessoas que compartilharam suas histórias aqui neste blog, seja em forma de entrevistas, relatos e contribuições em matérias. Aproveito para convidar a todos, incluindo leitores(as) queridos(as) e clientes da Garagem dos Cachos, para participarem do grande lançamento do O Livro dos Cachos, no final de novembro. Para mais infos sobre datas de pré-vendas e lançamento, acompanhe a fanpage do blog e o novo canal do youtube.

 Fangage da Editora Paralela