Durante muitos anos os cabelos lisos reinaram solitários nos salões. Inúmeras versões das escovas progressivas foram inventadas, e mesmo a ANVISA tendo abolido o formol (substância base para as fórmulas alisadoras mais antigas), substâncias similares e tão agressivas quanto foram substituindo este ativo, o que contribuiu para uma gama de mulheres com cabelos danificados e porosos, pontas ouriçadas e couro cabeludo excessivamente oleoso. (Quanto aos danos à longo prazo, já há estudos que comprovam incidência de vários tipos de câncer recorrente destes procedimentos, como falamos neste post aqui!)

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A busca do liso perfeito fez que muitas mulheres se tornassem reféns de químicas alisantes, que a longo prazo danificaram seu cabelo e couro cabeludo.

Nos últimos anos, porém, observa-se um efeito reverso e as mulheres estão correndo atrás do prejuízo. O movimento em prol do cabelo natural pontecializado pela militância feminista e negra na internet contribuiu para que mais e mais mulheres se libertassem do estereótipo do ‘liso perfeito’, que era sinônimo de beleza, o que ocasionou a descoberta da real beleza, e consequentemente do aumento da autoestima e o empoderamento feminino.

Só que claro, para chegar ao paraíso, precisamos passar pelo purgatório, pois ao interromper o uso das químicas alisantes, chegamos no impasse: passar a máquina ou encarar a transição capilar.

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O medo do big chop faz com que muitas mulheres encarem a transição. Infelizmente, o machismo em nossa sociedade impede que muitas consigam enxergar o quanto ficariam bonitas com o cabelo raspado.

Como funciona o processo de transição capilar?

O processo consiste, basicamente, em deixar o cabelo crescer e gradativamente ir retirando as partes alisadas até que não exista mais nenhum resquício destas, já que não existe nenhum produto que possa trazer de volta os cachos que já foram alisados. (Desconfie de desprogressivações ou tratamentos milagrosos, que geralmente são permanentes disfarçad0s!) Ou seja, é preciso ter paciência para esperar que o processo termine e que o crescimento natural do cabelo traga de volta os fios de origem.

Confira abaixo sete perguntas comuns do processo de transição capilar:

1. Como meu cabelo vai ficar?

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A primeira ação que deve ser tomada para iniciar o processo é interromper a aplicação de químicas no cabelo. Dessa forma, após um tempo, seu cabelo ficará com duas texturas: a raiz original e a parte alisada. Difícil? Sim! Ninguém falou que seria fácil…

 

 

 

 

2. O processo demora?

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O cabelo cresce, em média, 1 a 2 cm por mês. Nesse caso, dependendo do tamanho da raiz natural, a transição pode durar de um a dois anos. Mas, claro, que isso depende da parte alisada que a pessoa está disposta a abrir mão. Ou seja, quanto mais cortes periódicos você fizer, mas rápido terá de volta seus cachos naturais. É necessário frisar sempre que a paciência é essencial para passar por todo o processo, já que o cabelo tem um tempo de crescimento e é necessário respeitá-lo. Desconfie de receitas milagrosas e foque na saúde: boa alimentação, visitas periódicas ao médico para checar hormônios e vitaminas. Ao invés de passar banana no cabelo, coma-a!

 

 

3. Como faço para não comprometer tanto o visual no período de transição capilar.

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Para que a diferença de texturas não fique tão evidente, você pode tentar uniformizá-las fazendo cachos na parte lisa do cabelo através de texturizações para não torrar o cabelo com babyliss. Com essa tática, você tira o aspecto estranho que o cabelo pode apresentar e ainda se acostuma com o volume após tanto tempo de alisamento. Outras dicas: utilizar tranças de raiz, que são ótimas para camuflar a diferença de forma, turbantes, faixas, e penteados variados.

 

 

4. Quais cuidados devo ter durante o processo?

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Recomendo abolir o uso de surfactantes pesados e ingredientes sintéticos como silicones e petroderivados ainda na transição. Isso faz com que os fios fiquem sempre hidratados e auxilie nas texturizações e penteados, além de deixar a parte natural preparada para o grande corte.

 

 

 

 

5. Eu vou precisar cortar o cabelo?

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Inevitavelmente, sim. Só que quem decide a quantidade é você. Quanto maior a frequência de cortes e parte eliminada, maiss rápido passará pela transição. O big chop deve ocorrer apenas quando se está preparada internamente para o processo, pois a mudança radical pode trazer danos psicológicos para algumas mulheres, lembrando que o processo de mudança deve começar internamente. Portanto, só opte pelo grande corte quando estiver segura.

 

 

 

Importante: use esse tempo para valorizar a autoestima!

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Passar por uma mudança tão radical no visual não é tarefa fácil, especialmente porque o cabelo provavelmente estará longe daquilo que você deseja. O processo está só começando e pode ser demorado, portanto aproveite para reforçar sua autoestima, dedicando cuidados a você mesma, voltando a amar seu cabelo como é, e aprendendo a respeitar o tempo de todas as coisas. Com certeza será um período de grande aprendizado e um exercício de amor próprio!

 

 

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