“Meu nome é Juliana Rodrigues da Conceição e tenho 18 anos. Fiz meu big chop no dia 26 de fevereiro, na Garagem dos Cachos, depois de 10 meses de transição. A Sabrinah acompanhou toda a minha transformação desde o 2º mês, quando a visitei pela primeira vez após conhecê-la na internet.
Nasci completamente careca, mas para compensar, adquiri uma cabeleira bem cheia e volumosa. Quando era pequena, minha mãe cuidava do meu cabelo com bastante creme e fazia cachinhos com um pente fino, um processo bastante trabalhoso e demorado.
Até que aos 6/7 anos comecei a usar o relaxamento infantil da Embelleze para cuidar dele mais facilmente. Mas, para a infelicidade da minha mãe, os relaxamentos não resolviam o meu problema. O cabelo ficava ‘bom’ só por alguns meses, e depois estava do mesmo jeito de antes.
Foi então que em 2009, com o advento do formol, fiz minha primeira progressiva. Através dela, ‘dei um jeito’ no cabelo, porém, a história se repetia, e meses depois, lá estava ele com o mesmo volume de antes. Portanto, a solução encontrada era prender. Meu penteado favorito era o coque, mas às vezes fazia uma trança. Nunca fui apegada a chapinha ou escova, pois para mim era um martírio, devido a grande quantidade de cabelo. Só fazia nas festas de fim de ano ou eventos importantes, fora isso, ele vivia sempre preso.
E autoestima, como ficava? Péssima. Em meio a toda turbulência emocional de uma garota na pré-adolescência, ainda havia esse fator para piorar mais a situação. Quando ficava sem esperança de mudança, me indicavam novamente a progressiva. Em 2012 fiz mais uma, dessa vez tive até uma franja. Fazia chapinha nela todos os dias, até que ela cresceu o suficiente para se juntar ao coque.
E o ‘prende-prende’ durou até abril do ano passado, quando fiz meu último relaxamento. Encontrei um relaxante numa perfumaria perto de casa e fui até a cabelereira para que ela o aplicasse. Depois de muitas horas e muitas reclamações da mesma, de dores no braço, de tanto fazer o mesmo movimento (não tenho culpa de ter tanto cabelo), finalmente podia usar meu cabelo solto por aí e com o falso aspecto de hidratado.
Quando comecei a usar meu cabelo solto, uma amiga da escola perguntou se eu ia parar de alisar o cabelo. Eu não sabia o que responder, já que nunca tinha pensado nessa possibilidade. Então ela começou a me mandar vários vídeos de cacheadas falando sobre tipos de cabelo, cronograma capilar, etc, e foi assim que conheci um mundo até então nunca explorado.
Desde então, comecei a pesquisar mais sobre o assunto e decidi parar de vez com a química. E foi assim que descobri a Garagem dos Cachos e iniciei minha metamorfose. Hoje sei o que é autoestima, liberdade e autoaceitação. Descobri minha negritude e minha verdadeira identidade.”
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Priscila Machado says:
linda história, que bom que se encontrou!
sara says:
que lindooo, adorei o corte fiz um bc atualmente estava tendo muitas dificuldades em relevar a minha auto-estima, mas quando vejo pessoas determinadas assim como essa cacheada eu fico convicta que não aliso mais eles, e me apaixono pelo meu cabelo a cada dia mais
!!