“Oi Sabrinah! Meu nome é Maiara Moreira, acabo de completar 32 anos, sou paulistana, mas atualmente moro em São Carlos, cidade que me recebeu como estudante universitária e na qual, hoje, atuo como professora de Educação Física.
Minha história de químicas no cabelo é bem antiga. Quando eu nasci, eu era a única crespa na minha família (meu pai tem o cabelo crespo, mas não convivi com ele e nem com outras pessoas da minha família paterna), e logicamente, minha mãe não tinha nenhum conhecimento sobre – e nem obrigação de saber – como cuidar de um cabelo crespo. E como eu sempre via os cabelos de todo mundo ao meu redor lisos, não aceitava o meu. Só saia de casa com o cabelo preso ou de cachinhos que minha mãe fazia com uma escova e, claro, se não houvesse nenhum fio de cabelo fora do lugar.
Quando tinha uns seis anos eu acho, comecei a pedir pra alisar o cabelo, e de tanto insistir, minha mãe cedeu, e daquele dia em diante, passei por vários processos químicos: relaxamento no salão, relaxamento em casa com hair life, permanente afro, relaxamento com guanidina, selante e, por fim, de volta à guanidina.
E eu sempre gostei do meu cabelo relaxado, com escova e chapinha, mas quando comecei a atuar como professora de ginástica, passei a lavar o cabelo quase todos os dias, e percebi que ele ficava cada dia pior. A partir daí, parei de escovar e usava-o ‘natural’, porque o relaxamento deixava meu cabelo cacheado.
E então, sem ter a mínima ideia do que era transição capilar, e sem ao mesmo, qualquer razão consciente, em agosto do ano passado, logo depois de fazer um relaxamento pra passar o aniversário com o cabelo ‘bom’, eu decidi que não queria mais aquilo.
Quando comecei a me questionar sobre isso, percebi que o meu cabelo era reflexo de alguém que eu tentava ser para me encaixar. Encaixar-me na minha família, no meu trabalho, no meu circulo de amigos, pois quase ninguém tinha o cabelo crespo ou cacheado. Percebi que eu estava cansada daquilo, até porque todo mundo amava o meu cabelo cacheado, menos eu! Então acho que o problema não era família e nem amigos, mas eu mesma! A partir daí, comecei a pesquisar se existiam mais meninas que pensavam como eu, e encontrei o mundo da transição capilar, inclusive seu blog! Fui ficando cada dia mais convicta do que eu queria, e tive todo apoio que eu precisava: da minha família, das minhas amigas, dos meus alunos e alunas, e principalmente do meu namorado, que ama cabelo crespo/cacheado. Aliás, se dependesse dele, eu teria raspado a cabeça no final do ano e começado do zero com o meu cabelo, mas faltou coragem!
Finalmente, neste mês, exatamente um ano depois da minha última química, de muita reflexão sobre padrões de beleza, e de um processo enorme de aceitação de mim mesma, eu decidi que meu presente de aniversário este ano seria o Big Chop (obrigada mãe).
E no dia 15/08/2015 depois de muita conversa e chororo –porque eu sou muito chorona mesmo – meu cabelo que estava no meio das costas foi embora nas mãos do cabeleireiro. Chorei tanto antes mesmo de cortar o cabelo, que ele até tentou me convencer a não fazer o BC naquele momento, mas eu estava decidida, e o convenci que eu estava preparada de verdade.
No final das contas, foram quase 30 cm de cabelo para doação, e eu gostando muito do resultado! Agora, estou na fase de aprender a amar meu cabelo do jeito que ele é, e a deixa-lo livre no alto da minha cachola.
Beijos,
Má”
Maiara participou da Promoção Meu cabelo, minha história, que teve início no dia 19/07 e encerrou no dia 22/08. Leia aqui a história vencedora. Embora a promoção tenha acabado, a seção Meu Cabelo, minha história continua. Quer ver sua história publicada aqui? Envie para cachosefatosoficial@gmail.com com quatro ou mais fotos anexadas. Quer ler outras histórias de superação? Clique aqui!