Niandra e sua filha Stephanie: amor acima de qualquer preconceito
Conheci a Niandra Melo por causa de um comentário que ela deixou em uma das entrevistas que fiz para este blog. Foi quando citou que tinha uma filha com cabelo crespo e esperava que ela se aceitasse como é, e que não tivesse que passar pelas provações e baixa autoestima, que fizeram parte da história da maioria das entrevistadas. E nesse pequeno fragmento, meu faro jornalístico me alertou que havia uma excelente história, e que fazia todo sentido encaixá-la numa matéria que estava em andamento, sobre como tratar o cabelo infantil e sobre valores passados de mãe para filha, que fazem toda a diferença na forma que essa criança se coloca para o mundo, cria vínculos e conquista seus objetivos durante a vida.
Particularmente, eu sei por experiência própria o quanto uma experiência dolorosa nesse sentido pode atrapalhar o desenvolvimento de uma pessoa. Levei muitos anos para me aceitar como sou, pois cresci acreditando que havia algo de errado comigo porque meu cabelo não era liso. E a minha educação reforçou isso, como contei nesse post mais antigo.
O sentimento de inadequação fez com que travasse uma luta gigantesca com o mundo, que abrisse mão da minha liberdade e vivesse prisioneira da sociedade, do preconceito materno, e principalmente, de mim mesma. Hoje, posso garantir que, finalmente, quando me olho no espelho, consigo me enxergar de verdade. Não sou mais uma figura estereotipada, um personagem social que criei numa tentativa de ser aceita e agradar minha mãe. Consegui resgatar minha essência através da minha imagem externa, e por isso continuo afirmando que falar de cabelo não é futilidade. Falar de cabelo é coisa séria, assim como tudo que faz parte da imagem que transmitimos. Porque se olhar no espelho e ser capaz de se enxergar como realmente é, e principalmente se amar, não tem preço. E por isso, ao ler a entrevista da Niandra, achei que ela merecia algo maior do que simplesmente fazer parte de uma matéria. A matéria sobre crianças foi publicada na quinta passada, mas minha intuição me alertou que a Niandra e sua filha Stephanie ficariam melhores nessa entrevista exclusiva. Espero que concordem comigo.
Niandra tem 29 anos e sua filha Stephanie, 3 anos e 10 meses. Ela foi adotada aos três anos de idade. As duas são do Rio Grande do Sul. Stephanie nasceu em Porto Alegre, e Niandra nasceu em São Leopoldo, cidade aonde moram atualmente. ‘Téf’, como é chamada carinhosamente pela mãe adotiva, chegou na casa de sua nova família já sabendo sobre o uso da chapinha. O bom é que essa história que começa de uma forma triste, tem um recomeço feliz, e Stephanie, aos poucos vai se libertando destes valores equivocados e construindo uma vida nova, livre das amarras sociais, livre para voar rumo a felicidade. Boa leitura!

“Sempre afirmei com convicção que filho vem na  forma que deus mandar. Filho a gente ama e ponto. Dez anos se passaram e a ‘Tef’ chegou aqui em casa no dia do nosso aniversário de casamento. Foi como se ela tivesse nascido naquele momento.”
Sabrinah Giampá- Você me contou que sua filha chegou ate você com três anos de idade. Conte como foi essa historia? O que a fez adotar uma criança?
Niandra Melo – Sou casada há dez anos e sempre quis ser mãe. Engraçado como desde pequena sentia que adotaria uma criança. Lembro que eu repetia sempre a mesma frase, de que meu sonho era adotar. E desde então, sempre foi meu lema. Mas ao invés de apoio, sempre recebi sentimentos opostos, sendo que todo mundo era contra. Até porque, adoção sempre foi sinônimo de ‘filho problema’. Então, durante o meu casamento, eu e meu marido fizemos várias tentativas de ter um filho biológico, e diante de alguns fracassos, desconfiamos que não conseguiríamos. Passei pela fase de negação, de tristeza e desespero por não poder ser mãe. Descobrimos que ambos tínhamos uma dificuldade para concepção. Tirando todo esse processo, estava pronta para concretizar meu sonho de infância, eu finalmente iria adotar uma criança, o que nunca havia sido um problema pra mim. Sempre afirmei com convicção que filho vem na embalagem que deus mandar, da forma que deus mandar. Filho a gente ama e ponto. Dez anos se passaram e a ‘Tef’ chegou aqui em casa no dia do nosso aniversário de casamento. Foi como se ela tivesse nascido naquele momento.

“Ela vivia num ambiente completamente hostil pra uma criança, viu e ouviu muita coisa que não deveria. Mas uma das perguntas mais chocantes que ela me fez foi sobre a chapinha de cabelo, que  para ela, era um procedimento extremamente necessário”.



Sabrinah Giampá – Como você mesma disse, a adoção sempre foi considerada, pela maioria das pessoas, como sinônimo para arrumar um ‘filho problema’. No seu caso, você adotou uma menina com já três anos, o que gera ainda mais preconceitos, devido ao fato dela ter vindo de uma outra família, com outro cenário, costumes e valores. Como você enxerga isso?  Considera um desafio criar uma criança que já possui três anos de historia e costumes enraizados por outra família? Quais os obstáculos que encontrou? 
Niandra Melo – É um desafio absurdo. A Stef é uma criança muito inteligente, ela sabe de onde veio, sabe que tem outra família, e principalmente, sabe porque está aqui. Tive que fazer uma espécie de ‘desintoxicação’ porque passamos por um choque cultural. Ela vivia num ambiente completamente hostil pra uma criança, viu e ouviu muita coisa que não deveria, estava desconfiada e muito assustada. Seu comportamento predominante era de independência. Ela queria fazer tudo sozinha, o que se opôs com a minha necessidade de se tornar uma mãe que mima. Mas uma das perguntas mais chocantes que ela me fez foi sobre a chapinha de cabelo, porque segundo a outra família, a chapinha fazia parte de um procedimento extremamente necessário.

“Todo dia é um desafio, porque não quero que ela se esqueça de quem é, não quero que ela sinta vergonha do seu passado, de onde veio. Ela é uma sobrevivente. Com três anos, ela me ensina muito mais do que eu a ela. Ela me presenteou com muitas lições de humildade. Aprendi com ela que a vida é boa e a gente reclama demais por bobagens.”



Sabrinah Giampá – É um grande absurdo, que infelizmente, já não me choca mais. A Lely Ávilla contou aqui pra gente que sua mãe alisava seus cabelos com essa mesma idade. Mas imagino que esses foram apenas alguns dos desafios que teve que enfrentar
Niandra Melo – Com certeza. Eu não passei pela fase das fraldas, ela dormia sozinha. Passei pelos terrores noturnos, a rejeição inicial, porque ela não me aceitou de início, ela disse que queria uma avó. Também me disse que eu iria trabalhar e q deixaria ali largada. Levou muito tempo para que ela confiasse em mim, para que se sentisse amada. Todo dia é um desafio, porque não quero que ela se esqueça de quem é, não quero que ela sinta vergonha do seu passado, de onde veio. Ela é uma sobrevivente. Com três anos, ela me ensina muito mais do que eu a ela. Ela me presenteou com muitas lições de humildade. Aprendi com ela que a vida é boa e a gente reclama demais por bobagens.
Sabrinah Giampá – Que tipo de valores você procura transmitir pra sua filha, principalmente os relacionados à etnia?
Niandra Melo –  Aí vem a questão da etnia… Ela é negra, nosso feijão numa família de arroz. Ela é linda e muito perfeita. Ela é a criança mais perfeita que eu conheço. Quero que ela sinta muito orgulho da cor dela, que se ame muito, que se sinta maravilhosa. Sei que ela vai precisar disso no futuro. Não quero que ela se importe se um dia algum idiota a questionar sobre as suas origens. Por isso reforço sempre esses valores. Reforço que ela precisa saber quem é, de onde veio, pra poder se garantir no futuro, sem se importar com a opinião dos outros.

“Ela é negra, nosso feijão numa família de arroz. Ela é a criança mais perfeita que eu conheço. Quero que ela sinta muito orgulho da cor dela, que se ame muito, que se sinta maravilhosa. Sei que ela vai precisar disso no futuro. Não quero que ela se importe se um dia algum idiota a questionar sobre as suas origens.”

Sabrinah Giampá – Uma criança de três anos com a cultura da chapinha enraizada. Como fez para passar por cima disso? Como cuida do cabelo dela?

Niandra Melo – Quando ela chegou, seu cabelo estava condenado. Logo na primeira semana, tive que pegar um pente, ir puxando e cortando tudo o que ficava preso ali, porque era a parte que não penteava, embaraçava, não tinha solução. Estávamos no verão, então eu lavava mais. Ainda não conhecia o cronograma capilar, então, fazia as coisas da forma que sempre fiz, priorizando o uso de um creme para hidratação. Eu lavava, passava condicionador (infantil) e às vezes deixava o cabelo o dia inteiro com o creme. Depois que conheci o cronograma, que coincidiu com o inverno, eu lavo uma vez por semana, passo xampu johnson´s e um creme, de hidratação ou nutrição, de vez em quando o  de restauração. Ainda não faço nenhum tratamento sofisticado pra cabelos crespos, (minha situação financeira não permite no momento) mas cuido do cabelo dela como cuido do meu. Enluvo durante o banho mesmo. Faço logo no início e deixo ela brincando na banheira. Aprendi a diluir o shampoo antes de aplicar, e depois de enxaguar, passo o creme. Alguma vezes, aplico óleo, mas misturo com yamasterol, e coloco algumas horas antes do banho. Uso nela um creme de arginina que não funcionou pra mim. Também faço a mistura com yamasterol de argan, pra deixar mais leve, e fica muito bom no cabelo dela. Finalizo com vinagre, e passo um leave-in da Elseve, ou o próprio yamasterol.  Em dias que vamos sair, uso yamasterol pra amassar, ou gel de linhaça, que eu mesma preparo. Eu diluo uma colher de linhaça em um pouco de água, e está pronto. Dura uns três dias na geladeira.
“Ela ama o cabelo! Eu que arrumo pra ela, e nem prendo mais, porque ela nunca quer. Colocamos presilhas espalhafatosas, ou tiaras, e ela me diz: mãe, o pai vai me achar linda? depois sai correndo e diz pra ele: – Né que tô linda pai? (kkkkkkk “



Sabrinah Giampá – E a Stephanie gosta do cabelo dela natural, mesmo tendo enfrentado tão nova a ditadura da chapinha? 

Niandra Melo – Ela ama o cabelo! Eu que arrumo pra ela, e nem prendo mais, porque ela nunca quer. Colocamos presilhas espalhafatosas, ou tiaras, e ela me diz: mãe, o pai vai me achar linda? depois sai correndo e diz pra ele: – Né que tô linda pai? (kkkkkkk) Ela ainda não tem consciência sobre o cabelo, que estava danificado, mas que estamos tratando. Mas ela sente que eu cuido, e me pergunta no banho: – Esse creme é o meu ou o teu? (kkkk) Ela fica impaciente quando vou pentear, e fica com ele bagunçado quando estamos em casa. Coloca uma tiara e fica se sentindo.

Sabrinah Giampá – E você, como cuida do seu cabelo? Pelo visto ele não é crespo.

Niandra Melo – O cabelo da Stephanie é crespinho, não sei qual a classificação. O meu é liso quando está sem química, e ondulado revoltado nesse momento. Ele está completamente desbotado, crescendo com uma cor de ‘agua de salsicha’ (kkk). Isso aconteceu porque usei vermelho até ele ficar tão poroso a ponto de não segurar a tinta. Faço o cronograma, mas não sigo fielmente. Estou apaixonada pelo óleo de coco, e uso azeite de oliva sempre, nas mãos e no cabelo. Nos dias de hidroginástica, antes de ir, passo yamasterol batizado com alguma coisa, ou puro mesmo. Tenho um frasco onde faço as misturas com os óleos e passo nos cabelos. Eu passo e deixo até o final da aula. Quando dá, aplico as máscaras e deixo, mas como não tenho paciência de sair do banho, enluvar, deixar etc etc, normalmente faço durante o banho mesmo. Não está maravilhoso como poderia estar se eu me dedicasse, mas também não está horrível como estava tempo atrás.

“Stephanie é negra, mas minha sogra insistia em ressaltar que ela não tinha traços de negro, como se isso a isentasse de alguma ‘anomalia’. Então, eu disse pra ela: se olhe no espelho, e repita: tenho uma neta negra.”



Sabrinah Giampá – Mesmo com todos esses cuidados, você já vivenciou alguma situação de preconceito em relação a sua filha? 
Niandra Melo – Minha sogra costumava dizer que ela era ‘jambo’, e isso me deixava louca, até porque somos nós, a família, quem temos que dar o exemplo, ou seja, ajudá-la a aceitar e valorizar a sua raça e não cultivar um preconceito. Stephanie é negra, mas minha sogra insistia em ressaltar que ela não tinha traços de negro, como se isso a isentasse de alguma ‘anomalia’. Mas independente disso, não acho que o que define uma raça sejam ‘estas características’. Ela é negra, então eu disse pra minha sogra: se olhe no espelho, e repita: tenho uma neta negra.
Sabrinah Giampá – Acho que o mais triste é enfrentar o preconceito que está enraizado na própria família, como é o caso da sua sogra, e concordo com você que é a família que tem que dar o exemplo, e que ela influencia diretamente nos valores que esta crianças vai construir, e principalmente em sua relação consigo mesma e autoestima. Mas acredito que o preconceito doméstico é apenas uma parte de um todo, certo?
Niandra Melo – Certo. Já ouvi as pessoas dizendo que ela é ‘moreninha’, e faço questão de responder que ela é negra, mas que sim, o tom de pele dela não é tão escuro. No mercado, uma mulher me disse: – Nossa, ela deve ser parecidíssima com teu marido, porque não tem nada de ti. (Ele é um alemão de 1,80). Indignada, eu comecei a rir e disse: – É a cara do pai!
“Já ouvi as pessoas dizendo que ela é ‘moreninha’, e faço questão de responder que ela é negra. No mercado, uma mulher me disse: – Nossa, ela deve ser parecidíssima com teu marido, porque não tem nada de ti. (Ele é um alemão de 1,80). Indignada, eu comecei a rir e disse: – É a cara do pai!”

Sabrinah Giampá- E como a própria Stephanie lida com essas questões étnicas? Ela se aceita como negra, sendo que absorveu alguns valores equivocados antes de chegar a sua casa? 
Niandra Melo – Em sua simplicidade infantil, ela diz que ela é de chocolate preto e que eu sou de chocolate branco. Meu cunhado brinca de tentar comer o pescoço de chocolate dela o tempo inteiro (kkkk). Mas expliquei pra ela que ela é negra, expliquei o conceito básico de genética, e o porquê de termos tons de pele diferentes. Mas mostrei a língua e disse que por dentro somos todos iguais.

“Em sua simplicidade infantil, ela diz que ela é de chocolate preto e que eu sou de chocolate branco. Meu cunhado brinca de tentar comer o pescoço de chocolate dela o tempo inteiro (kkkk). Mas expliquei pra ela que ela é negra, expliquei o conceito básico de genética, e o porquê de termos tons de pele diferentes. Mas mostrei a língua e disse que por dentro somos todos iguais.”




Sabrinah Giampá – Qual o conselho que você daria a outras mães com filhas de cabelos cacheados e crespos?

Niandra Melo – Meu conselho é não enlouquecer com cabelo. Cacheado, crespo, liso, tudo é cabelo! Às vezes está lindo, às vezes bagunçado, isso é natural. É preciso respeitar a natureza, isso faz bem pra alma. Sempre falei que se adotasse um bebê e ele tivesse cabelinho afro, eu deixaria enorme, bem black mesmo, independente de ser menino ou menina. O cabelo da Tef é crespo. Lutar com ele seria uma bobagem. Ela tem três anos de idade, não vou entupir ela de coisas pra maquiar, crescer, não vou fazer ela sofrer por conta disso. Quando o cabelo está seco, ela sente dor pra pentear, então, durante a semana, ela fica descabelada. Coloca uma tiara na cabeça e se sente o máximo. E essa é a genialidade de ser criança, que é a de poder ser livre, sem encucar com pormenores. Se preocupar com o cabelo só faria mal pra ela. Mesmo quando o cabelinho dela não está num bom dia, o que pode acontecer com todos os tipos de cabelo, eu e todos aqui, sempre dizemos que o cabelo dela é o mais lindo da familia. Nessas horas, ela costumava responder com uma pergunta: – Meu cabelo tá lisinho como o da Laurinha? (Laurinha é a minha sobrinha, que tem cabelo liso). Nessas horas a gente sempre responde que não, e que são cabelos diferentes, mas lindos na sua diferença.

“Cacheado, crespo, liso, tudo é cabelo!Quando está seco, ela sente dor pra pentear, então,  ela fica descabelada. Coloca uma tiara na cabeça e se sente o máximo. E essa é a genialidade de ser criança, que é a de poder ser livre, sem encucar com pormenores. “



Sabrinah Giampá- O que você acha de mães que passam alisantes no cabelo das crianças, como aconteceu com a Lely Ávilla? Acredita que há um preconceito enraizado?

Niandra Melo – Acho sim. Eu acho agressivo até passar chapinha nessa idade, alisar então, é um absurdo. Tem horas que sinto que o preconceito é muito pessoal. Minha terapeuta, uma vez, me falou, que as pessoas veem o que a gente mostra, e por isso quero que a Stef se sinta bem com ela mesma, independente daquilo que as pessoas pensem. Sempre digo pra ela o quanto é linda e bem educada, e que a beleza está na cabeça e no coração. Digo pra ela que não adianta ela ter um rosto lindo, se for desobediente, mal educada, porque as pessoas dirão que ela é feia.

“Quando a Stephanie chegou aqui, tinha o hábito de cantar funk e assistir novela. Hoje ela só assiste desenhos e escuta musiquinhas infantis. Acredito que as pessoas são, em parte, um produto do meio em que vivem(..). Por isso procuro limitar ao máximo esse tipo de ‘informação’. Ela vai aprendendo aos poucos, e quero que ela aprenda primeiro a se defender das influências, para depois a escolher, quando eu já não puder fazer isso por ela.”




Sabrinah Giampá – Acredita que a mídia contribui de forma negativa na formação de valores das crianças? 

Niandra Melo – Acho que a forma como a gente conduz os filhos é que contribui de forma negativa ou não. Quando a Stephanie chegou aqui, tinha o hábito de cantar funk e assistir novela. Hoje ela só assiste desenhos e escuta musiquinhas infantis. Acredito que as pessoas são, em parte, um produto do meio em que vivem. Quando eu não tinha TV a cabo, ela assistia DVDs de filmes. Agora, com a assinatura que fizemos, ela só assiste canais de desenho. E mesmo com todas as propagandas maciças de produtos infantis, limito muito a quantidade de presentes. Ela vai ao mercado, mas nem sempre ganha alguma coisa. Faço isso porque ela precisa entender que não pode ter tudo o que quer. E é assim também com a alimentação. Ela não come apenas o que quer, e tem horário pra dormir, assistir TV e brincar. Se eu acho que a mídia contribui negativamente, ela contribui sim. Por isso procuro limitar ao máximo esse tipo de ‘informação’. Ela vai aprendendo aos poucos, e quero que ela aprenda primeiro a se defender das influências, para depois a escolher, quando eu já não puder fazer isso por ela.

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