A partir de hoje pretendo evitar entrar em qualquer loja quando não pretendo comprar. Cansei de querer distrair minha vista no horário do almoço com as vitrines, seja de loja de roupas, óculos, cosméticos ou sapatos e ser interrompida por uma vendedora sem noção.
Sou o perfil de consumidora que só compro quando me apaixono subitamente pelo produto
( geralmente algo que vejo grande utilidade) ou quando realmente preciso e é um caso funcional, como por exemplo, na minha última compra. Comprei uma bota porque a minha havia furado. Enfim… funcional. Mas voltamos para o tema deste post: as vendedoras que assustam. Se tem uma coisa que me põe pra correr de uma loja é eu entrar pra averiguar as peças e ser interrompida por uma vendedora com ar de desespero: e aí:? Posso ajudar? Qual é o seu número? – Mas será possível que não posso apenas olhar? Hoje fiquei irritada, porque entrei numa loja de sapatos apenas para olhar( tomando sorvete, ou seja, impossibilitada de provar – o que é um forte indício) e a vendedora ignorou o meu sinal e veio perguntando até o número que calço. Apenas respondi: Não importa o número, não vou comprar nada, e saí. Me sinto acuada numa situação dessas. Assim quando vou provar cosméticos naqueles provadores ( estão lá pra isso, não?) e vem uma vendedora praticamente me intimando a levar um outro produto que nem estava provando. Me parece que falta algum tipo de treinamento, que estão despreparadas ou até mesmo desesperadas o que não é de se admirar, sendo que a maioria é explorada e vive de uma miséria de comissão). O que questiono como consumidora, é que falta aquele espaço que cria a famosa experiência da compra. O tempo de você estudar o ambiente, os produtos, e acho que esse ‘timing’ não deve ser interrompido. Também detesto quando me olham com cara feia porque não comprei nada, como se fosse minha obrigação. Eu adoro provar óculos de sol. Chega a ser até um hobby. Os meus estão horríveis, sei que preciso comprar outro, mas o meu orçamento me diz que não chegou o momento, e ainda não encontrei os óculos perfeitos, pois se tivesse encontrado, provavelmente já teria comprado, independente de orçamento. A questão é: a experimentação faz parte de qualquer compra e se o cliente não consegue a ficar a vontade, ele dificilmente vai comprar. O truque do ‘se eu fosse você eu levava porque isso acaba muito rápido do estoque, são as últimas peças’ também não cola comigo. Como já trabalhei como vendedora ( de roupas, sapatos, bolsas e joias), acredito que a honestidade também ajuda a fidelizar esse cliente. Enfim, quando o consumidor precisa, ele te chama, nesse caso só não vale fingir que não viu ou fazer cara de esnobe. Bajulações também são dispensáveis. Ser educado é bem diferente de ser puxa saco. Isso serve para alguns cabeleireiros também. (No caso, não os meus, que eu adoro e fogem desse estereótipo). Resumindo… acredito que o segredo para lidar com o público é o equilíbrio, é preciso ler os códigos da pessoa, e geralmente isso está no gestual, na expressão do rosto. Hoje, quando entrei naquela loja de sapatos com um sunday, se a vendedora soubesse interpretar leria: estou ocupada com o meu sorvete, agora só quero olhar, amanhã… quem sabe!