Eu me lembro como se fosse hoje. Era dezembro de 2012. Voltei do salão com o alisamento na cabeça, guarda chuva pequeno, e uma grande raiva por ser obrigada a me esconder da chuva.

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Débora em duas versões: cabelo alisado, modelado no baby liss, e com os cachos naturais, coloridos de vermelho

Caía, mas caía, muito, não a chuva, mas sim meus cabelos, resultado de anos e anos de alisamentos, mega hairs e progressivas. Na verdade eu nem sabia! Na verdade eu nunca soube como era o meu cabelo e nem como EU ERA! Alisava desde … nem sei dizer, pois nem minha mãe soube me informar quando tudo isso começou.

Dias antes, tinha achado um blog que contava histórias de alisadas para cacheadas e chorei! Chorei muito naquele ponto de ônibus, lembrando toda as histórias da minha luta contra o cabelo, e decidi que era a última vez que passaria por aquela humilhação de ‘cabelo molhado’, e da humilhação que tinha acabado de sofrer, e que sempre sofria no salão de cabeleireiro.

Parei, parei, parei.
Sofri, sofri, sofri.
Sofri demais pois nem eu mesma sabia como seria meu cabelo.
Não tive apoio nenhum: nem de marido e nem da família, apenas algumas pessoas do meu trabalho me apoiavam!

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A mãe de Débora que achava que usar o cabelo crespo era algo inconcebível, acabou se influenciando pelo exemplo da filha e assumiu seus cachos.

E quantas vezes ouvi a minha mãe dizer que meu cabelo estava ridículo.
E quantas vezes ouvi do meu marido que sou ‘sarará’ de forma pejorativa.
Mas persisti. Não haveria volta para mim.
Foram 2 anos e meio de transição, cortando aos poucos – na qual me arrependo de não ter feito o BC antes.
E o tempo passou. E me conheci. Percebi que sempre havia sido diferente, com roupas e atitudes, só me faltava o cabelo natural!

Hoje estou ruiva e divando com meus cachos, crescendo mais e mais a cada dia.

E minha amada mãe, ah, esta guerreira que cuida de mim como pode, me ligou em janeiro de 2015 e disse: – Deborah, vou cortar este cabelo! Não aguento mais!  Fiquei em choque, pois na minha transição, ela disse uma vez: – Jamais volto ao meu cabelo natural! D.E.T.E.S.T.O ! Imagina meu susto???

A mulher estava decidida a fazer o BC e a levei no salão. Nos primeiros dias de cabelo curtinho, foi um choque inicial para ela, mas depois foi se acertando, tingiu de ruivo e está mega feliz.

Na seqüência, veio minha irmã que tinha começado a transição comigo em 2012, mas não aguentou, e neste período fez progressiva. E para a minha surpresa, em abril ela me liga e diz que vai fazer BC. OH MY GOD!!!!

No dia seguinte, ela me manda a foto e justifica que se não fizesse o BC ela cairia na tentação da progressiva novamente.

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A irmã de Déborah também se inspirou no poder do exemplo para se libertar da progressiva

Não deu um mês, a filha dela que dizia ‘acho feio cachos’, quando eu mostrava meu progresso, pediu para cortar, mas não BC total. Deixou um comprimento, mas livrou-se de boa parte, justificando que ‘não queria mais ser refém de chapinha e progressiva’.

A verdade é que o mantra que corre em todos os grupos de cacheadas que conheço, que se resume em força, foco e fé, não serve apenas para cabelo, mas para tudo na vida!!!

Hoje, sou uma mulher muito mais forte do que pensava ser, e acredito que as mudanças trazem aprendizados que escola nenhuma ensina: a perseverança e o exemplo. Perseverar no sonho e faze-lo acontecer. E no exemplo que, através dele, é capaz de mudar qualquer pensamento!

E quem diria que toda a família voltaria a ser cacheada/crespa!!

E meu marido?? Ahhhh este ainda continua ‘não gostando de cabelo crespo’.. mas e daí? (risos) O cabelo é meu!!!kkkkkkk

Grande beijo

retranca_cachos

Gostou da história da Déborah? Quer ler outras histórias de superação? Clique aqui! Quer ver a sua história publicada neste espaço? Escreva para cachosefatosoficial@gmail.com, com Meu Cabelo, minha história no assunto. Fotos são obrigatórias.

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