vitória maria arcanjo, 5 anos

Vitória Maria Arcanjo, 5 anos, é uma das modelos do projeto Alisa não, mãe! A fotógrafa mineira, Carolina Castro, pretende denunciar o racismo através de depoimentos, e fotos que valorizam o crespo natural e contribuem para o resgate da autoestima de mães e filhas, que são vítimas de uma violência diária.

Ano passado, C.,em seu aniversário de 4 anos, quis a festa da Branca de Neve. E para nossa surpresa, um dia ela chegou louca para ficar branca. Ou morrer e nascer de novo. Descobrimos que uma coleguinha branca relatou sobre o evento com a mãe, que explicou a ela, que C., sendo negra, jamais poderia ser a Branca de Neve. E aí começou nosso sofrimento por dias. A maldade de um adulto roubou o sonho de uma criança. Lógico que fizemos a festa da Branca de Neve, mas foi muito duro escutar ela pedindo pra gente ajudar ela a ficar branca. (Relato de uma mãe)

Sofia Elen Uchoa Marques – 3 anos

Este e outros depoimentos fazem parte do lindo projeto fotográfico, Alisa não, mãe! – concebido por Carolina Castro, uma mineira de 28 anos, casada com Guilherme e mãe de Alice e Ana. Ela tentou fazer engenharia e psicologia, mas descobriu-se de verdade na fotografia. Apaixonada pelo universo infantil, pela natureza e pelo natural, sempre ansiou fazer algo de bom pra humanidade, e acredita que a fotografia é seu maior instrumento.

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“A ideia para o projeto surgiu quando uma conhecida minha, mãe de uma menina linda de cabelos crespos, disse que não gostava do cabelo da filha. Como ela própria havia sofrido muito preconceito na infância e adolescência por causa do cabelo, não queria que a filha passasse pelo mesmo que ela havia passado”, explicou Carolina.

Teve uma época que ela quis alisar os cabelos porque eu usava alisado. Hoje em dia, gosta de ser chamada de Vanessa da Mata. (Relato de uma mãe)

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Eloáh Júlia de Sousa Pereira- 1 ano e 9 meses

O relato a comoveu, e ao mesmo tempo a motivou a fazer algo que levasse as mães a amarem seus cabelos crespos, e consequentemente, o cabelo das filhas. “Foi então que resolvi procurar crianças e adolescentes que não tinha alisado o cabelo, e descobri um universo de pessoas que estavam se libertando da ditadura do liso num grupo do facebook No e Low Poo iniciantes”.

Laura Kelly de Oliveira Almeida - 14 anos

Laura Kelly de Oliveira Almeida – 14 anos

O meu relato aconteceu ainda este ano. Minha professora se incomodava em ver eu e uma amiga que tem o mesmo ‘estilo’ de cabelo que o meu, e fazia críticas em tom de ironia: -Amarra esse cabelo pra gente continuar nossa aula!

Ela convocou então várias mães dispostas e meninas lindas para o primeiro ensaio, realizado recentemente. “Estas meninas nunca haviam sido fotografadas profissionalmente antes. Coletei os relatos e a cada minuto tinha mais certeza que aquilo não era só sobre cabelos, era sobre empoderamento, desconstrução de paradigmas. Não sei explicar exatamente, mas tem a ver com querer se libertar. Liberdade é a palavra! A maioria das mães que levou as filhas, alisa o cabelo. Algumas já estão super empolgadas pra deixar o cabelo crescer, e largar de vez o alisamento. E já tem gente pedindo permissão pra copiar o projeto nas periferias do RJ. Meu objetivo é que este projeto viralize por todo o país, e não fique restrito apenas à Araxá-MG, aonde moro”, finaliza ela.

luiza amâncio pereira amorim - 8 anos

Luiza Amâncio Pereira Amorim – 8 anos

Minha filha sempre sofre preconceito na escola, muitas vezes de uma mesma coleguinha. Diz que ela tem cabelo de Bombril, que é duro, que deve lavar com xampu de laranja porque tá um bagaço. Essas coisas de crianças… (Relato de uma mãe)

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  1. Rayniella says:

    Eu pude ver de perto o trabalho da Carolina. Belo incentivo! Eu mesmo apoiava a minha irmã que tem uma filha com cabelo bem crespo a alisar o cabelinho dela. Mais depois que conheci o projeto Alisa não mãe fiquei encantada com esse universo de cachos. Aliás minha sobrinha foi modelo da Carolina. Parabéns Carolina pelo belíssimo trabalho,pela sua atenção e carinho com as crianças!

  2. Adorei esse projeto,deveria mesmo ser reconhecido pelo mundo pq o racismo e mto
    Minha filha Manuela adora os cachos delas

  3. Reginaldo Nascimento says:

    Parabens por esse lindo projeto sao iniciativas como essa que ajuda ha enfraquecer e vencer essas barreiras egoistas de preconceitos.que deus continui senpre dando forssas ha todos que fazem parte deste projeto,para que nunca degistao de augo tao lindo.parabens ha todos(as).

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