Descubra como as brasileiras estão aderindo ao segredo americano

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A modelo da foto usa Lace Wig da TRESS CABELOS

“Olá, meu nome é Sheila André, tenho 25 anos, moro em Itaquera, zona leste de São Paulo, e sou apaixonada por lace wigs. As laces me ajudaram muito na trajetória para a recuperação ao meu cabelo natural. Antes de conhecer o mundo de laces, eu fiz muita química (permanente afro) e usei mega hair (entrelaçamento) e box braids – tranças rastafári, porém, esses métodos contribuíram para que meu cabelo se tornasse cada dia mais frágil. ”

A história de Sheila não se difere da maioria das mulheres negras brasileiras: ”Nasci numa família que sempre usou produtos para alisamento do cabelo e pente quente (um pente de ferro esquentado no fogão). Como era a filha caçula, sempre usava pente quente, minha mãe passava todas as semanas no meu cabelo. ”

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O excesso de químicas, durante anos a fio, danificou o cabelo de Sheila.

No ano de 2012, ela decidiu usar mega hair, e aderiu ao método chamado de entrelaçamento, que consiste em trançar o cabelo natural e costurar telas de cabelo natural ou sintético nessas tranças. “Eu optei por cabelo natural, e paguei, na época, 600 reais de cabelo e 150 de mão de obra.”

Ela ficou apenas seis meses com o mega, pois apesar da aparência natural, requeria manutenção constante, e acabou pesando muito no seu orçamento de auxiliar de escritório. Foi então que ela decidiu cuidar do seu cabelo crespo natural, mas não sabia como.

Em uma de suas inúmeras tentativas, optou pelas tranças rastafári – ou box braids: “Fiquei mais ou menos um mês com elas, mas com pouco tempo, as tranças iam se desfazendo, e o cabelo ficava com um aspecto feio”.

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Sheila tentou de tudo antes de se encontrar com as laces. As tranças foram uma das tentativas que a decepcionaram

Decepcionada com tudo que já havia experimentado, decidiu aderir o permanente afro, o que lhe daria uma folga do pente quente, mas apenas com duas aplicações, os fios ficaram disformes e finos: “Não ficou com uma aparência saudável, mas eu imaginava que seria mais fácil de cuidar”.

Ledo engano. Como toda química, o cabelo de Sheila ficou mais poroso e danificado, e desde então ela resolveu redescobrir o seu cabelo natural e decidiu não fazer mais permanente afro e esperar o cabelo crescer.

Pouco tempo de transição foi o suficiente para abalar sua autoestima: “Fiquei com o cabelo com duas texturas, e precisaria ir à praia, passar uns dias com minha mãe, chorei muito porque não sabia como fazer com meu cabelo, tinha vergonha dele. Então decidi comprar uma wig simples (peruca tradicional), e costurei na cabeça em junho de 2013.

“Depois das wigs, conheci as Lace Wigs, que me ganharam pela praticidade. Desde então, nunca mais parei, com a vantagem que eu podia prender diretamente no cabelo natural sem danificá-lo”.

O que são as Lace Wigs?

Para quem não conhece, as lace wigs, populares nos Estados Unidos, significam na tradução literal: ‘peruca em tela’, pois em inglês, lace significa tela e wig peruca. Elas são perucas modernas e inovadoras. As Laces se diferem das perucas tradicionais justamente pelo acabamento interno: ”A touca de uma lace wig é parcialmente ou totalmente costurada em tela. Nesta tela, os fios do cabelo (humano ou sintético) são costurados manualmente, um a um, simulando perfeitamente o nascimento dos fios no couro cabeludo”, explica Letícia Korndorfer, sócia fundadora da TRESS CABELOS.

Foto ilustrativa do acabamento interno de uma Lace Front. Este acabamento é que faz com que a lace não pareça peruca, e fique com um aspecto super natural. Esta lace é da TRESS CABELOS.

“O projeto da loja online TRESS CABELOS surgiu em 2013, quando eu fiz um curso de especialização em cabelos crespos na Dudley Beauty College, nos Estados Unidos. Foi quando conheci as famosas Lace Wigs e um dos maiores distribuidores deste tipo de peruca nos EUA, a Chade Fashion Inc..

Juntamente com outros parceiros, ao longo de todo ano de 2014, analisamos os produtos e pesquisamos o mercado brasileiro, adaptando-os para atender a demanda das brasileiras. Concretizamos o projeto, e a loja virtual foi para o ar em março deste ano.”

Mas a ideia de trabalhar com autoestima da mulher crespa e cacheada não surgiu daí. Quando retornou ao Brasi, em 2012, após cinco anos vivendo na África, foi inevitável comparar a autoestima da mulher africana (confiante e vaidosa) com a da brasileira (insegura e com vergonha do seu cabelo): “Esta diferença me despertou o interesse em influenciar positivamente o bem estar e a autoestima da crespa e cacheada brasileira”, explica ela.

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A modelo usa a lace front wig cacheada Fabiana, de fibra sintética, da TRESS CABELOS

Atualmente, a TRESS CABELOS oferece mais de 70 itens a pronta entrega, entre perucas tradicionais, lace wigs, half wigs (meia peruca), apliques de coques e rabos de cavalo sintéticos, todos voltados para o gosto e estilo da mulher crespa e cacheada. “Nosso projeto é dobrar a variedade de itens oferecidos em 2016. Além de passar a oferecer também produtos e acessórios específicos para a manutenção destes itens.”

Entendendo a família ‘wigs’

Lace Front Wig (perucas com tela na frente) – Quando o acabamento em tela é apenas no entorno do rosto (testa).

Full Lace Wigs (perucas com tela em toda touca) – quando a touca é toda feita em tela.

Half Wigs (meia-peruca) – são perucas em que a touca é menor que a dimensão de uma cabeça. Ela é projetada para ser mesclada com o cabelo natural da cabeça da usuária no entorno da testa, dando uma aparência extremamente natural.

Exemplo do acabamento interno de uma full lace, da TRESS CABELOS

Letícia Korndorfer, da TRESS CABELOS, conta que o resultado de uma lace é totalmente natural, além de ser fácil de ser utilizada. E o mais importante: Não é necessária ajuda de terceiros para a colocação, que leva no máximo cinco minutos.

É recomendável retirar as laces todos os dias antes de dormir por duas razões: “primeiro para que o cabelo natural da usuária possa ‘respirar’ naturalmente, e segundo, em função da durabilidade da peruca, que em contato com o travesseiro vai embaraçar e exigir uma trabalhosa manutenção. ”

Laces e a transição capilar

Assim como a Sheila, várias mulheres que estão passando pela transição capilar, e encaram o dilema de conviver por um tempo com o cabelo ‘meia calabresa, meia mussarela’, que é o cabelo com duas texturas gritantes, o natural e o quimicado. São estas mulheres que podem encontrar nas laces uma grande aliada para sobreviver a essa fase sem grandes danos na autoestima.

Sheila e uma das suas laces: elas a ajudaram a enfrentar a transição sem prejudicar sua autoestima

“As lace wigs ou as half wigs são uma ferramenta de apoio para as mulheres que buscam ter seu cabelo natural saudável novamente, e em muitos casos, a principal e única estratégia para transitar do megahair para o cabelo natural. As lace wigs e as half wigs permitem que durante o período de transição, elas se sintam mais confiantes e otimistas, pois as laces deixam o cabelo natural crescer livre de química, além de não impedir que este seja devidamente cuidado, ao mesmo tempo que continuam com o visual desejado”, explica Letícia. Para a socióloga, Cláudia Sciré, usados desta forma, as laces são uma forma de apoiar a construção da identidade da cacheada após um momento de ruptura com os antigos padrões.

Laces e o big chop

O big chop, ou grande corte, feito para remover toda a química, pode ser libertador para mulheres que estão preparadas para assumir não apenas seu cabelo natural, mas sua verdadeira origem. É uma mudança, acima de tudo interna, pois se a mulher não está preparada psicologicamente para o processo, pode ficar com a autoestima abalada e voltar para as químicas. Por isso é importante que esta transformação ocorra não apenas externamente. Até porque, “por estarmos em um país racista e machista, lidar com o preconceito é inevitável, ainda mais com a cultura que dita que o cabelo longo e liso é sinônimo de feminilidade e sensualidade”, orienta Cláudia Sciré.

Foi o que aconteceu com Kerollen Camargo, de 20 anos, natural de São Gonçalo, no RJ.“Fiquei seis meses em transição, mas não consegui aguentar mais tempo e meti a tesoura. Só que não gostei! Mas usei o cabelo natural mesmo assim. Quando ele já estava crescendo, fui inventar de descolorir e fiz um estrago enorme. Os cachos abriram e ficou horrível. Chorei horrores pois nunca me imaginei com o cabelo curto, ainda mais neste estado”, explicou ela, que sempre usou mega hair.

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Kerollen Camargo, de 20 anos, teve dificuldade em acostumar com o cabelo curto, após o big chop

“Eu já tinha conhecido o mundo das laces, pois tinha visto vídeos no youtube, só não quis aprofundar o assunto, mas depois que fiz a besteira no cabelo, comecei a pesquisar bastante, pois estava me sentindo muito mal comigo mesma. Meu cabelo estava horrível e estava pensando seriamente em voltar para a progressiva.”

Nesta fase de tão baixo amor próprio, Kerollen se deparou com uma foto de uma moça no facebook com um cabelo estonteante, que a deixou ainda pior quando se deparava com o seu reflexo no espelho. “ Foi aí que percebi que não era forte. Meti a tesoura de novo e comprei minha primeira lace wig. Foi a minha salvação”.

Seu cabelo ainda está curtinho, e ela usa a Lace há três meses. “ Gostei muito do resultado. A minha ideia é ficar com as laces até o meu cabelo crescer e ficar aquele black! Enquanto estiver baixinho, continuo com a lace”. Já Sheila André, ficou tão apaixonada pelas laces que tem uma coleção que já chega a 10 unidades!

De acordo com a sócia-fundadora da TRESS CABELOS, as principais consumidoras de Lace Wigs são na grande maioria, mulheres que tiveram seus fios de cabelo destruídos ou reduzidos pela química, principalmente pelo mega hair, que com a tração ao longo do uso prolongado, acaba causando alopecia areata ( uma calvície que ocorre em áreas delimitadas da cabeça).

coleção de laces

A coleção de laces da Sheila

As laces também podem devolver conforto e autoestima para pessoas com processo de tratamento quimioterápico e versatilidade para Drag Queens. Atrizes e cantoras negras norte-americadas como Beyoncé e Rihana são verdadeiras rainhas das ‘perucas pós-modernas’, variando sempre cores e estilos.

No Brasil, embora ainda não sejam muito conhecidas pelas celebridades, algumas atrizes e apresentadoras já andaram testando o produto. Recentemente, Fátima Bernardes, Angélica e Grazi Massafera deram as caras com o ‘novo look provisório’, descobrindo assim, novas facetas de si mesmas.

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Kerollen e sua lace, que está lhe ajudando a esperar o black natural crescer numa boa

 

O preço de uma lace wig fabricada em fibra sintética varia de acordo com o acabamento da touca, ou seja, varia de acordo com o trabalho manual que foi investido na sua fabricação. Quanto mais lace (tela), maior o trabalho manual, e portanto, mais elevado é o valor. Por isto, uma peruca tradicional, sem tela, tem um valor inferior se comparado a uma peruca lace wig, que teve seu acabamento costurado manualmente. Já na lace wig fabricada com cabelo humano, a quantidade e o comprimento do cabelo também é um fator que influencia no preço. O valor de uma lace wig de fibra sintética custa em média 300 reais. Uma lace wig de cabelo humano sai em média por 2000 reais.

A TRESS CABELOS, oferece uma vasta linha de modelos unissex, como perucas black power, lisas e cacheadas, que podem ser compridas ou curtas. A manutenção das Laces é simples. Elas devem ser higienizadas fora da cabeça com xampu e condicionador. E após secar naturalmente, aplica-se pomada de cabelo (que queratina ou vaselina) nos fios, para mantê-los sedosos e com aspecto de hidratados.

A durabilidade depende do tempo de uso e da manutenção adequada. “Se o uso é frequente, a duração da lace sintética é de três meses. Já a half wig, que é a meia peruca, dura um pouco mais. Agora a Lace de cabelo humano pode durar muitos anos’, explica Letícia.

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