Quem tem de 30 a 35 anos, deve se lembrar de um filminho adorável que passava na Sessão da Tarde, Annie, a pequena orfã, estrelado pela fofíssima ruiva cacheada, Aileen Queen, como é possível relembrar neste trailar abaixo. O filme é de 1982.
Escolhida para o remake do filme, gravado em 2014, a atriz mirim negra, Quvenzhané Wallis, dá vida à jovem orfã que vive um um orfanato comandado com mão de ferro pela senhora Hannigan. Sua vida muda ao ser escolhida para passar alguns dias na mansão de um milionário, onde acaba fazendo amizade com os funcionários do local. O que nos surpreende não é o roteiro, e sim a escolha da protagonista. Sim, ela é negra e tem um cabelo crespo natural lindíssimo!
Ela é a primeira atriz mirim afro-americana a ser homenageada com a indicação ao Oscar. Ela foi indicada pela sua atuação no filme Indomável Sonhadora, de 2012. Quvenzhané também foi vencedora, no mesmo ano, do prêmio Critics Choice Award, como melhor intérprete infantil.
Em Annie, o cabelo natural da atriz ajuda a construir a natureza da personagem, e a desconstruir o preconceito enraizado em nossa sociedade, transmitindo a mensagem de amor ao cabelo natural para outras crianças.
A falta de referências para crianças com cabelo crespo no cinema ainda é gritante, e ver esta linda atriz, dando vida à protagonista neste filme, é uma forte contribuição para que outras crianças não sejam atingidas pela forte cultura do liso e longo, e se tornem reféns de alisamentos em geral.
Há uma parte do filme,onde Annie olha para um quadro de avisos e diz: “Uau, meu cabelo é enorme” Pode ser “enorme”, “e é lindo justamente por ser assim”. O fabuloso não é apenas o cabelo em si, mas o que ela representa para um público tão carente.
Silene says:
Muito legal. E incentivador.