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Nathalie de Barros Moreira, conhecida como Nath Barros, virou musa no instagram e facebook da noite pro dia, ao ter sua beleza cacheada em destaque num blog renomado. De lá pra cá, sua hashtag, #nathbarros, é uma das mais procuradas e curtidas pelas cacheadas do país. Com apenas 19 anos, “completo 20 no dia 15 de outubro”, esta paulista de São José do Rio Preto, que mora em Carapicuíba,na região metropolitana de São Paulo.  divide sua rotina entre os trabalhos de modelo e o de recepcionista num salão de cabeleireiro.

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Nathalie Barros:”Pra assumir o cabelo cacheado no Brasil é preciso ter personalidade forte”

Neste entrevista, ela conta que para assumir o cabelo cacheado no Brasil é preciso ter personalidade forte. Graças a sua mãe, que a ameaçava com palmadas, caso alisasses o cabelo às escondidas, ela não aderiu aos alisamentos e ‘possessivas’ da vida, mas galgou por uma rotina de escovas e chapinhas, principalmente, durante o início de sua carreira de modelo, onde os cachos “ainda não eram vistos com bons olhos”.

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Nathalie e seus cachos preservados pela mãe, que a proibiu de alisar.

Reconhecer que perdeu a personalidade ao visualizar o cabelo esticado no espelho, fez com que Nahtalie resolvesse abandonar todos os instrumentos de tortura, e passasse a desfilar o cabelão na escola, onde sofreu inúmeras críticas, inclusive, quando começou a usar turbantes, e foi chamada de ‘vendedora de acarajé’. Mas em pouco tempo, sua audácia virou moda, e o cabelo cacheado começou a se proliferar como uma espécie de epidemia do bem.

Desde então, seu cabelo é só sucesso! Nesta entrevista, ela conta sobre sua trajetória cacheada, ‘segredos’ de beleza, e ainda de quebra, deixa um recado pras’ recalcadas de plantão’: “…que toda a inveja bata na definição dos meus cachos e volte em forma de frizz pro seu liso COMUM (risos)”.

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Nathalie Barros e o recado para as ‘recalcadas de plantão’: “…que toda a inveja bata na definição dos meus cachos e volte em forma de frizz pro seu liso COMUM (risos)”.

Sabrinah Giampá – Seu cabelo cacheado é lindo, você sempre usou ele assim, ou como a maioria das cacheadas, já foi refém de escovas, chapinhas e alisamentos? 

Nathalie Barros – Como toda boa cacheada, eu O-DI-A-VA o meu cabelo. Esta fase durou até os 16/17 anos, mas nunca cheguei a alisar. Minha mãe ameaçava me bater caso eu alisasse, (risos), então foi exatamente isso, não alisei por medo de apanhar, e hoje sou muito grata a ela por isso. A maioria das minhas primas tinham cabelo liso, e eu as invejava profundamente, logo, como praticava ballet clássico na época, vivia de coque ou com o cabelo GRUDADO na cabeça, cheinho de creme (aqueles potes da Skala eram meus melhores amigos), até que descobri a CHAPINHA, o primeiro amor da minha vida, e com isso, comecei a utilizá-la para sair pra lugares importantes, se não, era coque mesmo.

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Nathalie quando era adepta da chapinha. Ela só não alisou o cabelo porque sua mãe a ameaçou.

Como toda boa cacheada, eu O-DI-A-VA o meu cabelo. A maioria das minhas primas tinham cabelo liso, e eu as invejava profundamente(…), até que descobri a CHAPINHA, o primeiro amor da minha vida, e com isso, comecei a utilizá-la para sair pra lugares importantes, se não, era coque mesmo.

Sabrinah Giampá – Como conseguiu atravessar esta fase lisa e assumir o natural? Como foi se manter cacheada numa sociedade onde a cultura do liso e longo impera?

Nathalie Barros – O que me levou a assumir o natural foi CANSAR de ser igual a todo mundo na escola, na igreja e em todo lugar. Aí, no 2º ano do ensino médio, resolvi tomar posse da minha identidade, e foi um graaaaande passo pra mim. Me tornei exclusiva na escola, e como as garotas viram que alguém teve a coragem de assumir, foi como uma epidemia, em pouco tempo, já se via muita cacheada por lá.

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Nathalie foi a primeira cacheada a libertar os cachos na escola: do espanto inicial à referência de beleza e estilo.

O que me levou a assumir o natural foi CANSAR de ser igual a todo mundo na escola, na igreja e em todo lugar. Aí, no 2º ano do ensino médio, resolvi tomar posse da minha identidade, e foi um graaaaande passo pra mim. Me tornei exclusiva na escola, e como as garotas viram que alguém teve a coragem de assumir, foi como uma epidemia, em pouco tempo, já se via muita cacheada por lá.

Sabrinah Giampá – E como foi se manter cacheada numa sociedade onde a cultura do liso e longo impera?

Nathalie Barros – As pessoas SEMPRE olharam e olham uma cacheada com espanto, claro, a pessoa precisa de muita personalidade para ir contra um padrão, para sair do  que a mídia prega. Eu saí, e além de nunca mais voltar, ainda encorajo outras para saírem também.

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Sabrinah Giampá – Há quanto tempo trabalha no mundo da moda? Como os cachos são vistos nesta área? Você acha que a aceitação vem de um modismo passageiro? 

Nathalie Barros – No meu primeiro book como modelo, aos 13 anos, eles me fizeram alisar o cabelo para as fotos, já que o mercado não era adepto dos cachos ainda. Fiz apenas algumas fotos com ele natural, que por sinal, a agência reprimiu. Aos 16, mudei de agência, e lá eles super valorizaram meu cabelo, e desde então, peguei um amor fora do comum por cada um dos meus cachos. Em minha opinião, a moda está totalmente ligada às pessoas que têm personalidade forte e uma aparência única,  logo, uma cacheada, que vai contra todos os padrões e clichês da sociedade, está na moda, ela é a moda.

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As pessoas SEMPRE olharam e olham uma cacheada com espanto, claro, a pessoa precisa de muita personalidade para ir contra um padrão, para sair do  que a mídia prega. Eu saí, e além de nunca mais voltar, ainda encorajo outras para saírem também.

Sabrinah Giampá – Então, assumir o cabelo natural não é apenas uma questão de estética, concorda?

Nathalie Barros – Estética? Deus nos deu o DOM e o PRIVILÉGIO de nascermos cacheadas, isso não é apenas aparência, por exemplo, eu tenho um gênio muito forte, que NASCEU comigo, não me contento com pouco, ou metade, da mesma forma, meus cachos nasceram comigo, e fazem parte da minha personalidade. Assumir-se tem muito mais a ver com o psicológico do que com o físico, uma mulher que nunca passou pela transição cacheada-lisa-cacheada, não sabe como é difícil mudar toda sua maneira de pensar, agir e controlar cada fio do cabelo, e mais, ouvir tanta crítica (muitas vezes negativas) e ter que simplesmente se fingir de surda.

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Nathalie Barros: “No meu primeiro book, me fizeram alisar o cabelo, os cachos ainda não eram aceitos naquela época”.

No meu primeiro book como modelo, aos 13 anos, eles me fizeram alisar o cabelo para as fotos, já que o mercado não era adepto dos cachos ainda. Fiz apenas algumas fotos com ele natural, que por sinal, a agência reprimiu.

Sabrinah Giampá – Como começou a ganhar destaque na web com os cabelos? Por que acha que eles fazem tanto sucesso?

Nathalie Barros – Bom, hoje em dia, a maioria das cacheadas que começaram a assumir os cachos antes de todas, ganham destaque, principalmente aquelas, que além de assumir, ainda dão dicas para outras que ainda se encontram nesse impasse. Eu comecei a dar dicas de cabelo logo após ter pintado meu cabelo de azul, e a blogueira Rayza Nicácio postar uma foto minha que atingiu um grande número de curtidas, e com elas, várias perguntas de como cuidava e definia meus cabelos. Foi aí que, em julho do ano passado, lancei meu primeiro vídeo: “Segredo dos cachos da Nathalie Barros”, que graças a Deus teve uma super repercussão, e desde então, comecei a ter muitos seguidores e curtidas no instagram (@nathaliebarros), no qual criei a #nathbarros, e também comecei a ser muito procurada e curtida no Facebook.

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Em minha opinião, a moda está totalmente ligada às pessoas que têm personalidade forte e uma aparência única,  logo, uma cacheada, que vai contra todos os padrões e clichês da sociedade, está na moda, ela é a moda.

Sabrinah Giampá- Como você cuida do seu cabelo? Segue a rotina low poo/no poo? Quais são os seus produtos favoritos? 

Nathalie Barros – Se eu contar pra vocês, darão risada! Não cuido muito bem dos meus cachos (Sim, PURA preguiça). Lavo com xampu e condicionador da linha de cachos da SEDA (aquele verde), e penteio com o creme deles também. Só uso ele, sou super fã. Uma vez por semana, lavo com shampoo antiresíduos da Loreal, para evitar as caspas, que são causadas por grande quantidade de creme de pentear nos fios. Hidrato, quando lembro, umas duas vezes no mês, com máscara da Semi Di Lino (Adoro, amo, sou apaixonada), e só (risos).

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Assumir-se tem muito mais a ver com o psicológico do que com o físico, uma mulher que nunca passou pela transição cacheada-lisa-cacheada, não sabe como é difícil mudar toda sua maneira de pensar, agir e controlar cada fio do cabelo, e mais, ouvir tanta crítica (muitas vezes negativas) e ter que simplesmente se fingir de surda.

Sabrinah Giampá – Assumir o cabelo natural no Brasil é difícil? Por que?

Nathalie Barros – Difícil? É quase impossível! Vivemos num país onde o padrão de beleza do exterior é o que reina, então os lisos e loiros são grandes referências. Só que todo mundo sabe que essa não é a realidade do nosso país, que tem uma miscigenação tão variada. Entretanto, acredito que, aos poucos, esse padrão vem se dissolvendo. Já vemos muitas cacheadas nas capas de revista, na mídia, e até mesmo as lisas estão aderindo um liso mais modelado, armado, e com mais forma (ALELUIA!). Acredito que as cacheadas estão ganhando espaço no mundo, e logo mais teremos dominado tudo.

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Vivemos num país onde o padrão de beleza do exterior é o que reina, então os lisos e loiros são grandes referências. Só que todo mundo sabe que essa não é a realidade do nosso país, que tem uma miscigenação tão variada.

Sabrinah Giampá –  Seus pais sempre lhe educaram para aceitar o cabelo natural?

Nathalie Barros – Minha mãe também tem cabelo cacheado (mais quantidade e volume que o meu) e sempre me incentivou a assumir meus cachos (rolou até aquela ameaça que comentei acima). Fui criada num lar onde a musica dos anos 60/70 predominavam, e sim, a música também tem a ver com minha decisão de assumir meu cabelo. Isso porque as cantoras desse MARAVILHOSO tempo, geralmente usavam aqueles cortes armados, cheios de cachos e atitude, e isso me inspirava, na verdade, me fascinava. Mas nem em todo lugar eu recebia esse apoio.

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Acredito que as cacheadas estão ganhando espaço no mundo, e logo mais teremos dominado tudo.

 

 

 

 

 

Sabrinah Giampá – Já passou por alguma situação de preconceito?

Nathalie Barros – Minhas ‘amigas’ lisas ridicularizavam meu ‘fuá’, e perguntavam se eu não tinha pente em casa, ou se tinha acordado atrasada toda vez que aparecia com ele solto na escola; e quando comecei a usar turbante, já fui chamada até de ‘Vendedora de Acarajé’, e é por isso, e muito mais, que digo e repito: Pra ser cacheada, tem que ter personalidade forte, e não se abater com esses comentários, na verdade, pra mim, eles eram como lenha na minha fogueira. E pras ‘amigas’ que criticavam, que toda a inveja bata na definição dos meus cachos e volte em forma de frizz pro seu liso COMUM (risos).

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Minhas ‘amigas’ lisas ridicularizavam meu ‘fuá’, e perguntavam se eu não tinha pente em casa, ou se tinha acordado atrasada toda vez que aparecia com ele solto na escola; e quando comecei a usar turbante, já fui chamada até de ‘Vendedora de Acarajé’

 

 

Sabrinah Giampá – Qual o recado que você deixaria para as cacheadas do Brasil?

Nathalie de Barros – Faço minhas as palavras da minha mãe: – “Se alisarem esse cabelo, eu vou bater em vocês!”  (hahahahaha). Brincadeiras a parte, POR FAVOR, não alisem mais o cabelo de vocês, assumam a maior referência exposta na aparência que têm, sejam quem realmente são! Ser você mesma é o maior ato de liberdade que existe, pois não há limitações e nem regras. Cacheiem e encorajem mais pessoas por aí, um pedido que faço do intimo do meu coração.

E pras ‘amigas’ que criticavam, que toda a inveja bata na definição dos meus cachos e volte945133_488965714509835_1672465873_n em forma de frizz pro seu liso COMUM (risos).

Gostou da entrevista? Quer ler outras? Acesse aqui!

Tem uma história de superação para compartilhar? Escreva para cachosefatosoficial@gmail.com. Coloque ENTREVISTA no assunto.

  1. roseane cristina gomes says:

    Muito legal sua historia,eu também cansei de secador chapinha,esatou voutando as minhas origens!!!

    • sabrinah says:

      Como a própria Nathalie desabafa nesta entrevista: Ser você mesma é o melhor ato de liberdade que existe! bjks

  2. Thiis Cruz says:

    Nossa curti bastante a entrevista,muito bacana mesmo, sou uma das inúmeras fãs dos belos cachos da Nathalie. Inclusive tenho uma história parecida em alguns aspectos .. Apesar de ja ter usado muuuito e ainda usar meu cabelo liso, também nunca pude alisa-lo, inicialmente por falta de permissão, e após por não ter coragem de DESTRUIR minhas ondulações naturais rs. Cachos realmente são uma dádiva, sou hiper feliz e realizada com os meus!E posso falar com precisão que, Nathalie, você esta claro cada vez mais linda ! *-*

  3. Karina Dias says:

    Parabéns Nath!!!! Estou nem fase de transição… e vendo seu corte já estou toda inspirada, a fazer nova visita a Sabrinah Giampa!!! Beijos e Sucesso pra nós as Cacheadas :D!

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