Quem inaugura a mais nova sessão do blog, Meu cabelo, minha história, é a queridíssima, Kátia Cilene Gonçalves, que é uma das ativistas mais engajadas do movimento em prol do cabelo natural. A conheço de diversos grupos, e pessoalmente também, como no evento Encrespa, que é um dos vários que ela participa. Aqui ela conta um pouquinho da história do seu cabelo, que começa na infância difícil, onde fugia do pente na hora de desembaraçar os fios a seco, pois sua mãe, como a maioria, não tinha conhecimento para tal missão. Dos alisamentos, que duraram anos a fio, à redescoberta e amor aos fios naturais, foi um longo caminho que ela teve que percorrer. Aos 34, finalmente, redescobriu e enxergou o seu cabelo natural com outros olhos, com direito a musa inspiradora e transformação regeneradora, que hoje serve de inspiração para que outras cacheadas mirem no seu exemplo. Hoje ela afirma com toda convicção que tem muito orgulho de ser cacheada.
Kátia, quando pequena, sempre teve o cabelo bem curtinho, para ‘facilitar o pentear’
“Quando era criança, minha mãe não conseguia pentear nem arrumar meu cabelo (ela tem cabelo liso), então, como eu gritava para desembaraçar, pois ela queria pentear seco, ela acabava cortando bem curtinho.
Como sua mãe tinha o cabelo liso, não estava familiarizada com os cachos da filha,
ela os escovava a seco, como acreditava ser a forma correta de fazer.
Aí virei adolescente, e o volume dele me incomodava muito. Eu passava muito creme para tentar domá-lo, mas não sabia como fazer da maneira certa, então não adiantava nada,só piorava. No fim, acabava de cabelo preso!
Kátia ainda não conseguia aceitar seu cabelo natural na adolescência
Coques, rabos de cavalo, tranças de raiz (ainda bem que tinha minha vó pra me salvar…hehehe). Mas isso me atrapalhou muito, porque, ás vezes, eu nem saía de casa por causa do cabelo, e com isso: adeus vida social.
Os bichos de pelúcia faziam companhia naqueles dias que o cabelo a ‘impedia’ de sair de casa
Os anos foram passando, e eu comecei a alisar, relaxar e fazer as químicas, que me deixavam feliz, e faziam com que eu me sentisse mais bonita. Mas mesmo assim, eu não estava completamente feliz, porque também não gostava daquele cabelo lambido que a química proporcionava. De qualquer forma, eu preferia esse resultado, do que o meu cabelo de origem.
Não teve jeito, e Kátia acabou se rendendo aos alisamentos
Após um tempo de química, como eu não gostava do resultado lambido, optei por fazer somente escova, e comprei tudo que precisava. E como eu tenho muito jeito com cabelo, beleza. Fazia tudo sozinha, e ficava ainda melhor que no salão!
A rotina das ‘escovas’ também fez parte de sua vida
Fiquei assim até o ano passado, quando meu cabelo não estava mais aceitando a escova. Eu mal acabava de fazer, o frizz já aparecia. E não segurava nada, ou seja, tinha que secar todo dia! Foi então que eu fui em um salão e fiz uma última química, um ácido, que até hoje me proporciona muita quebra nos fios.
Mas nesse mesmo tempo, da última química, eu conheci meu anjo, a blogueira,Rayza Nicácio, que apesar de ter o cacho bem diferente do meu, me deixava babando em seus vídeos. Eu adorava assisti-la, e ficava impressionada com a  forma como ela se amava!
Hoje, com os cabelos naturais, ela consegue se sentir bem consigo mesma
sem ter que recorrer aos alisamentos, escovas e afins

Ela me incentivou a querer me amar também, a me sentir feliz e plena, livre para poder sair, tomar chuva, ir a praia. Assisti a todos os vídeos dela, entrei nos grupos de fãs (risos),e hoje, é um linda amiga que conquistei.

A partir de então, eu participo dos grupos de meninas cacheadas, nos encontramos sempre que podemos, e trocamos experiências, o que foi e ainda é muito importante para manter meus cachos até hoje.

Não sei porque, nem como, mas cada um tem sua hora, e a minha foi  aos 34 anos! Agradeço a todas as minhas amigas cacheadas, que conheci nesse meio tempo e se tornaram grandes amigas. São pessoas incríveis! Graças a todas elas, eu tenho orgulho de ser cacheada, hoje e sempre!

Gostou da história da Kátia? Quer compartilhar a sua? Escreva para cachosefatosoficial@gmail.com

  1. Parabéns Kátia, gostei de ver sua trajetória, minha mãe também não sabia como cuidar do meu cabelo, eu vivia de cabelo curto e comecei com os alisamentos bem jovem. Aceitei meu cabelo em 2012 – o ano da transição. Beijos Andréa Machado

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