Conheci essa brasiliense através de seu canal do youtube e fiquei fascinada com a trajetória dela e a sua transição capilar. Depois que vi as fotos de sua fase lisa, consegui perceber a imensa transformação pela qual ela passou, e não digo apenas na questão da aparência, e sim pela mudança interna, que transpareceu em seu semblante, que ficou mais relaxado, leve… Foi como se a verdadeira Brenda, que havia estado aprisionada por detrás do relaxamento, se redescobrisse e viesse à tona juntamente com seus fios naturais, felizes com a possibilidade de respirar sem guanidinas e similares. E é neste momento que Brenda reaprende a respirar, sem máscaras de oxigênio ou qualquer artificialidade. É nesse momento que ela descobre o quanto é maravilhoso poder ser ela mesma, o quanto é libertador não ter que agradar uma sociedade que nos renega. E é nesse aspecto que a  história de Brenda me encanta. Ela fez com que me reconhecesse ali, e com isso, me tornasse solidária em relação aos obstáculos que ela teve que enfrentar. Até porque, Brenda passou pela transição com apenas 17 anos. E hoje, aos 18, essa estudante de engenharia eletrônica, mesmo ainda tão nova, consegue mostrar que assumir o cabelo natural não é uma questão de ousadia ou de atitude, é uma questão de aceitação. E que a liberdade é o resultado final que este processo transitório desencadeia, e isso, decididamente, não tem preço. Essa é a Brenda Lima, e esta é a sua história:

“Na verdade, eu nunca pensei em gravar vídeos sobre nada, pois sou tímida. Eu tenho um blog que criei em 2011 para compartilhar meus looks, minhas customizações e coisas assim, mas os leitores me pediam frequentemente para que eu gravasse um vídeo mostrando a minha transição, pois eu publicava várias fotos de como meu cabelo estava crescendo, e com isso, acabei explicando um pouco sobre a minha decisão.”

Sabrinah Giampá – Conheci você através de seu canal do youtube e me apaixonei pelo seu cabelo, força de vontade, e principalmente, pela sua história. Como surgiu a ideia de compartilhar sua transição com outras mulheres? 

Brenda Lima – Na verdade, eu nunca pensei em gravar vídeos sobre nada, pois sou tímida. Eu tenho um blog que criei em 2011 para compartilhar meus looks, minhas customizações e coisas assim, mas os leitores me pediam frequentemente para que eu gravasse um vídeo mostrando a minha transição, pois eu publicava várias fotos de como meu cabelo estava crescendo, e com isso, acabei explicando um pouco sobre a minha decisão. Além disso, haviam as meninas que conversavam comigo pelo facebook, e que também me pediam bastante para que eu publicasse vídeos, e foram elas que acabaram me convencendo a gravar o meu primeiro, depois disso não parei mais.

Brenda na época em que ainda relaxava os fios:
pontas sempre ralas e quebradiças



“Bom, eu sempre achei cabelos cacheados ou crespos lindos, mas achava que o meu era feio, horrível, então eu sempre tive medo de deixar a raiz crescer. Retocava o relaxamento a cada três, quatro meses no máximo, e logo depois do relaxamento eu tinha que fazer algum corte, pois as pontas ficavam sempre ralas e/ou quebradiças.”









Sabrinah Giampá –  Resumidamente, qual a sua trajetória capilar antes da transição?


Brenda Lima – Bom, eu sempre achei cabelos cacheados ou crespos lindos, mas achava que o meu era feio, horrível, então eu sempre tive medo de deixar a raiz crescer. Retocava o relaxamento a cada três, quatro meses no máximo, e logo depois do relaxamento eu tinha que fazer algum corte, pois as pontas ficavam sempre ralas e/ou quebradiças. Eu comecei a relaxar bem cedo, eu devia ter uns nove ou dez anos. Iniciei com relaxamentos mais leves, com o intuito de ajudar minha mãe a penteá-lo, pois nessa época, minha mãe trabalhava muito, e tudo era muito corrido, e meu cabelo dava muito trabalho para ela. Eu não deixava ela escovar de jeito nenhum, sempre chorava bastante. Mas os anos passaram e tudo mudou, comecei a relaxar porque queria e não para facilitar alguma coisa. Passei a escovar meu cabelo todo final de semana, sem exceção, e quase sempre usava a chapinha. Um dia, resolvi cortar uma franja bem curta, o que piorou ainda mais a minha dependência da chapinha, principalmente.

Brenda em sua fase lisa: franja que a tornou
cada dia mais escrava da chapinha

“Eu comecei a relaxar com uns nove ou dez anos. O intuito era ajudar minha mãe a penteá-lo, (…) meu cabelo dava muito trabalho para ela. Mas os anos passaram e tudo mudou, comecei a relaxar porque queria. Escovava meu cabelo todo final de semana,e quase sempre usava a chapinha. Um dia, resolvi cortar uma franja bem curta, o que piorou ainda mais a minha dependência da chapinha, principalmente” 





Sabrinah Giampá – O que te levou a assumir seu cabelo natural?

Brenda Lima – Um belo dia, admirando blogs, encontrei uma cacheada linda, com cachos compridos e definidos, e que mostrou sua transição em fotos. A partir desse momento, me vi diferente, me vi querendo esconder de mim e dos outros quem eu era. Esse foi o ponto de partida para que eu decidisse entrar em transição. Aconteceu em maio de 2012, e desde então, nunca mais fiz relaxamento.

Brenda em transição: texturizações ajudavam a
disfarçar a diferença entre os fios naturais e os relaxados

“Um belo dia, admirando blogs, encontrei uma cacheada linda, com cachos compridos e definidos, e que mostrou sua transição em fotos. A partir desse momento, me vi diferente, me vi querendo esconder de mim e dos outros quem eu era. Esse foi o ponto de partida para que eu decidisse entrar em transição. Aconteceu em maio de 2012, e desde então, nunca mais fiz relaxamento. “





Sabrinah Giampá- Como era a sua relação com o seu cabelo na infância? Seus pais permitiram e/ou incentivaram o relaxamento? Eles tinham algum tipo de preconceito com o  seu cabelo? 

Brenda Lima – Bom, quando eu usava meu cabelo natural, lá pelos nove anos, eu ainda não me penteava sozinha, pois era muito volumoso e eu não conseguia desembaraçar. Por isso, eu recorria à minha mãe, mas como já havia dito, ela não tinha muito tempo para cuidar dos meus cachos, e para ela dava muito trabalho. Ela mesma sempre teve cabelos cacheados, mas escova quase sempre, até hoje. Portanto, ela decidiu relaxar meu cabelo, e na época, foi com um relaxante mais fraco, que não tirou meus cachos, mas diminuiu muito o volume.  Eu passava pelo relaxamento umas duas vezes ao ano, e mesmo criança, era claro que eu percebia que estava perdendo meu cabelo de verdade com isso. Eu até tentava usar ele solto, mas era motivo de piadinha entre os colegas. Quando tinha algum evento, minha mãe meio que me obrigava a escovar. Ela tentava me convencer de que ia ficar mais bonito, e realmente ficava, pois eu não sabia arrumar ele cacheado. Mesmo assim, até os 13 anos eu escovava meu cabelo chorando, mas depois de tantos elogios, pelo quão longo e bonito ele ficava, eu acabei gostando e passei a escovar por vontade própria. Isso foi logo no início da adolescência, a fase em que nós mulheres  queremos muito nos enquadrar nos padrões de beleza para sermos consideradas bonitas.

O babyliss também ajudou Brenda a disfarçar
as diferentes texturas durante a transição

“Eu passava pelo relaxamento umas duas vezes ao ano, e mesmo criança, era claro que eu percebia que estava perdendo meu cabelo de verdade com isso. Eu até tentava usar ele solto, mas era motivo de piadinha entre os colegas. Quando tinha algum evento, minha mãe meio que me obrigava a escovar. Ela tentava me convencer de que ia ficar mais bonito, e realmente ficava, pois eu não sabia arrumar ele cacheado.”







Sabrinah Giampá – Assumir o natural trouxe a tona algum tipo de preconceito familiar? 
Brenda Lima – Meus familiares sempre elogiaram bastante meu cabelo escovado. Liso era mil maravilhas. Mas, quando comecei a transição, começaram os problemas. Muita gente foi contra. Parentes próximos e mais distantes faziam comentários que pareciam bobos, mas que me afetavam profundamente. Sempre tinha alguém para relembrar o quanto ele era lindo longo e liso, mas eu deixei de me importar. Atualmente, tem sido mais fácil lidar com esse tipo de coisa, mas logo que cortei foi bem mais difícil, porque eu estava muito insegura e abalada.

Big Chop: o primeiro corte revelou o formato natural do cabelo,
e Brenda se apaixonou por ele!

“Até os 13 anos eu escovava meu cabelo chorando, mas depois de tantos elogios, eu acabei gostando e passei a escovar por vontade própria. Isso foi logo no início da adolescência, a fase em que nós  queremos muito nos enquadrar nos padrões de beleza.”



Sabrinah Giampá – Acha que o preconceito com os cabelos crespos está diretamente ligado ao preconceito étnico?
Brenda Lima – Infelizmente, na sociedade em que vivemos, todos os traços de negros são desvalorizados, tanto a cor da pele, quanto a textura dos cabelos, o nariz largo e a boca grossa. Acho que o preconceito em relação aos cabelos crespos é racismo sim, é uma discriminação racial e, infelizmente, isso ainda não mudou muito.  
Sabrinah Giampá – Como foi a sua transição? Pensou em desistir?
Brenda Lima – A minha transição foi bem difícil e eu pensei em desistir algumas vezes, principalmente quando me deparava com algumas fotos antigas, dele longo e liso, o que me fazia sentir falta. Mas depois de cinco meses sem química, quando os cachos começaram a aparecer, nasceu um amor tão grande pelo meu cabelo que percebi que nada ia tirar ele de mim. Quando começaram os cortes, eu me deliciava com o formato que ele tinha, a maciez e a facilidade que era para cuidar. Claro que tive muito apoio das meninas no facebook.  Nos vários grupos que descobri, além de vídeos e blogs que falavam muito sobre isso, ao contrário do que muitas pensam, eu entrei em transição sabendo exatamente o que seria essa transição e um pouco do que eu iria enfrentar. Eu ouvia críticas e comentários muitas vezes, e passei por momentos bastante complicados. Foi uma fase em que eu estava cheia de problemas, era final do ensino médio, estava sempre atarefada. Foi realmente difícil, mas toda essa dificuldade me fez perceber várias coisas e entrar em debate comigo mesma para responder perguntas que me afligiam: “Por que é tão difícil ter o cabelo que nasce da minha cabeça do jeito que ele nasce?” ou “Por que eu tenho que ser algo que eu não sou? Para agradar a quem?”. Foi aí que a minha transformação começou de verdade. Eu parei de ser mais uma e comecei a pensar. Me indignei com coisas que eu jamais pensei que fosse me indignar, e me revoltei com o fato de tantos padrões serem simplesmente impostos a nós e aceitos como verdadeiros, sem serem questionados. Após esta autorreflexão, não pensei em desistir mais, e minha transição deixou de ser uma mudança apenas visual, porque ela começou a me mudar por dentro, sendo assim, eu fui gostando cada vez mais.

Brenda após o segundo corte: o apego ao comprimento
ficou no passado conforme redescobria o natural

“Meus familiares sempre elogiaram bastante meu cabelo escovado, mas, quando comecei a transição, começaram os problemas. Muita gente foi contra. Parentes faziam comentários que pareciam bobos, mas que me afetavam profundamente. Sempre tinha alguém para relembrar o quanto ele era lindo longo e liso, mas eu deixei de me importar.”







Sabrinah Giampá – Em um de seus vídeos, você conta que passou pelo big chop e disse ainda que a tesoura foi sua grande aliada para voltar ao natural. Comente sobre isso.
Brenda Lima – Eu lutei algum tempo contra isso, contra os cortes. Não queria perder meu comprimento de jeito nenhum, mas percebia com o crescimento do meu cabelo natural o quanto eles eram diferentes (o cabelo natural e o relaxado) e o quanto eu amava o que nascia. Foi aí que constatei que eu precisava me libertar daquilo, e comecei a cortar. Cortei em casa mesmo, e a cada corte, ele parecia mais leve e fazia camadas. Acompanhando essa mudança, aprendi a gostar dos cortes. Meu cabelo estava cada vez com mais volume, e mais próximo do que eu desejava, que era voltar a  ser eu mesma. Me via diferente a cada semana por causa desses cortes, e portanto, não me arrependo de nenhum deles.

Brenda também usou e abusou dos penteados durante sua transição



” Acho que o preconceito em relação aos cabelos crespos é racismo sim, é uma discriminação racial e, infelizmente, isso ainda não mudou muito.” 








Sabrinah Giampá – O que mais te surpreendeu no processo de transição?
Brenda Lima – Eu pensei que seria uma mudança apenas externa, quando deixei de relaxar, mas com o tempo, percebi que o meu conceito havia mudado, passei a perceber tudo de outra forma. Conheci o racismo e percebi sua importância nesse tipo de decisão, refleti muito sobre isso. O cabelo, assim como toda a nossa aparência, é reflexo de nossos ideais e do que sentimos. Hoje, sinto que sou negra, e com orgulho, sinto que não preciso mais esconder isso de ninguém e principalmente, não preciso esconder isso de mim mesma.

Brenda Lima: os cortes ajudaram-na
a se livrar do relaxamento



“A minha transição foi bem difícil e eu pensei em desistir algumas vezes. Mas depois de cinco meses sem química, quando os cachos começaram a aparecer, nasceu um amor tão grande pelo meu cabelo que percebi que nada ia tirar ele de mim. Quando começaram os cortes, eu me deliciava com o formato que ele tinha, a maciez e a facilidade que era para cuidar.”







Sabrinah Giampá – Você acredita que existe uma ditadura dos cabelos longos e lisos no Brasil? Acha que isso influencia meninas para o lado oposto do big chop?
Brenda Lima – Eu acredito que sim, o cabelo longo e liso está ligado à feminilidade da mulher, todas se importam muito com o comprimento, desde pequenas. Não vou dizer que é feio, ter cabelo longo é lindo, assim como tê-lo curto, mas  lindo mesmo é ter o seu próprio cabelo, com seu próprio formato e textura. Eu adoraria que as mulheres conseguissem ver o quão belas são e como isso independe do que  é imposto como perfeito. Infelizmente isso ainda não acontece com muitas.

Conforme redescobria seu cabelo natural, Brenda
inventava novas formas de usá-lo, criando penteados
estilosos, que serviram  e ainda servem
de inspiração para muitas meninas

“Toda essa dificuldade me fez perceber várias coisas e entrar em debate comigo mesma para responder perguntas que me afligiam: “Por que é tão difícil ter o cabelo que nasce da minha cabeça do jeito que ele nasce?” ou “Por que eu tenho que ser algo que eu não sou? Para agradar a quem?”. Foi aí que a minha transformação começou de verdade. Eu parei de ser mais uma e comecei a pensar.”




Sabrinah Giampá – Acha que falta referências midiáticas para as mulheres crespas? Como isso influenciou seus hábitos capilares?
Brenda Lima – Infelizmente, é muito complicado ver mulheres crespas de verdade na televisão, internet, propagandas, em tudo. Mulheres negras aparecem raramente na TV, e quando aparecem, estão com seus cabelos alisados. Isso influenciou no início, claro, mas depois que passei pelo processo de aceitação, quando percebi que estava me negando, tudo mudou, isso não me influenciava mais.

O penteado lateral é um dos preferidos de Brenda

“Eu pensei que seria uma mudança apenas externa,  mas percebi que o meu conceito havia mudado. Conheci o racismo e percebi sua importância nesse tipo de decisão, refleti muito sobre isso. O cabelo, assim como toda a nossa aparência, é reflexo de nossos ideais e do que sentimos. Hoje, sinto que sou negra, e que não preciso mais esconder isso de ninguém e principalmente, não preciso esconder isso de mim.”





Sabrinah Giampá –  Como cuida do seu cabelo atualmente?
Brenda Lima – Conforme ele ia crescendo, eu aprendi a diagnosticar como meus fios naturais reagiam aos produtos, e acho que isso foi essencial. Segui o cronograma firmemente por um longo período, e atualmente foco em umectação e hidratações, mas não com tanta frequência como antes, porque sinto queagora  ele não precisa tanto. É como eu disse, estou conhecendo meu cabelo. Os cuidados diminuíram, mas continuam. Uso poucos produtos, nunca fui do tipo que acumula cremes, quando acaba eu compro outros, mas nada de gastar demais nisso.

Brenda com seu ‘afropuff”: apaixonada pelas novas
possibilidades de seu cabelo natural

“Eu acredito que sim, o cabelo longo e liso está ligado à feminilidade da mulher, todas se importam muito com o comprimento, desde pequenas. Não vou dizer que é feio, ter cabelo longo é lindo, assim como tê-lo curto, mas lindo mesmo é ter o seu próprio cabelo, com seu próprio formato e textura. Eu adoraria que as mulheres conseguissem ver o quão belas são e como isso independe do que  é imposto como perfeito.”



Sabrinah Giampá – É preciso gastar rios de dinheiro para ter fios crespos bonitos?
Brenda Lima – De forma alguma. Eu sou extremamente cuidadosa com o que compro, e a maioria dos meus cremes são bem baratos. Além de renderem bastante, eu aprendi que existe o jeito certo de cuidar, e dá pra usar frutas, leite e ovos para hidratar, além de óleos naturais, que são baratos e maravilhosos. Nem sempre é aquele creme caro que vai deixar seu cabelo perfeito.

O moicano estiloso de Brenda Lima





“Mulheres negras aparecem raramente na TV, e quando aparecem, estão com seus cabelos alisados. Isso influenciou no início, claro, mas depois que passei pelo processo de aceitação, quando percebi que estava me negando, tudo mudou, isso não me influenciava mais.”












Sabrinah Giampá –  Como é atualmente a sua relação com seu cabelo natural? Como o estiliza? Acha que dá trabalho?  
Brenda Lima – Atualmente, eu tenho pressa pra tudo, e por isso, preciso de praticidade, e o cabelo natural me dá isso. Faço a fitagem em 10 minutos, 15 minutos quando quero mais definido. Não tenho trabalho e não uso pentes. É rápido e seca rápido também. Uso um óleo para deixar do jeito que eu gosto e nada além disso. Claro que eu hidrato, faço nutrição, reconstrução, umectação sempre que posso, mas não preciso disso sempre. 
Sabrinah Giampá – É mais fácil cuidar de um cabelo natural ou progressivado, por quê? Segue as rotinas low poo/no poo?
Brenda Lima – Não digo que é mais fácil não, pois antes era só escovar uma vez na semana. Agora eu que cuido, então acaba se tornando mais complicado, mas isso é facilmente recompensado com a beleza e naturalidade dos cachos. A diferença é que agora ele brilha, não quebra, não cai, e não tenho pontas duplas. ADORO meu crespinho e não troco por nada! Já segui a rotina low poo, mas desisti por falta de paciência mesmo, e  também por causa dos preços dos cremes e dificuldade para encontrá-los, mas pretendo voltar.
A máscara Discipline Liss, da Amend, é uma das favoritas de Brenda para cuidar de seus cabelos naturais.
Ela opta por produtos acessíveis, mas eficazes



Sabrinah Giampá –  Quais são seus produtos preferidos?

Brenda Lima – Gosto muito do Yamasterol amarelo, da Yamá; dos cremes de hidratação da Kanechom; da máscara Discipline Liss, da Amend; do óleo de rícino da Farmax; do óleo extraordinário da Elsève, e alguns outros, mas quase sempre são cremes mais baratos.
Sabrinah Giampá- Costuma fazer algum penteado? 
Brenda Lima – Adoro afro puff, preso de um lado, moicano. Gosto de muitos penteados mesmo, mas não abandono o black power volumoso. Em qualquer ocasião fica bem, adoro!

Redescobrir o cabelo natural fez com que Brenda
aprendesse a valorizar o volume, que antes era tido como um problema

“Não é só questão de estética, não é moda, não é querer ser diferente, é querer ser o que é. Da forma como veio ao mundo, sem negar suas origens! A transição é difícil, mas vale muito a pena! O preconceito continuará, principalmente se nós negarmos o que somos por causa dele”





Sabrinah Giampá – Qual o recado que você deixaria para outras meninas que tem uma história parecida com a sua, mas que não conseguem se aceitar devido ao preconceito?
Brenda Lima – Bom, acho que o mais importante é que elas percebam que não estão com seus cabelos de verdade e possam entender a importância do cabelo natural como afirmação do que são de verdade. Não é só questão de estética, não é moda, não é querer ser diferente, é querer ser o que é. Da forma como veio ao mundo, sem negar suas origens! A transição é difícil, passar pelos cortes e pelos comentários, mas vale muito a pena! O preconceito continuará, principalmente se nós negarmos o que somos por causa dele! Devemos levantar a cabeça, nos virarmos contra essa sociedade e seguir em frente, mostrando a todos o quão bom é ser livre, crespa ou cacheada!

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