A publicitária americana, Karen Byrd, sentiu na própria pele, desde cedo, o preconceito racial. Mulher, negra e com o cabelo crespo, vivenciou desde a mais tenra infância o quanto os padrões de beleza impostos podem ser dolorosos e trazer problemas seríssimos para nossa autoestima e realização pessoal.

A publicitária, Karen Byrd,
que criou as barbies afro
Ainda criança, quando brincava com suas Barbies, que até hoje seguem um padrão vigente, na sua maioria loiras, de olhos azuis e esguias, Karen começou a se questionar. “Sempre notei que as minhas bonecas não se pareciam comigo, principalmente os cabelos. Essa percepção afetou muito a minha visão sobre a real beleza”, explicou a autora do e-commerce Natural Girls United, que hoje comercializa centenas de Barbies afro, cheias de estilo, e que são customizadas por ela.

O que começou como uma brincadeira, e também como uma espécie de catarse, em sua revolta com uma ditadura de beleza falsa, se tornou um grande negócio. Hoje, Karen vende milhares de bonecas em todo o mundo. São bonecas que se aproximam da beleza real e não criam uma falsa ilusão nas crianças. 
” De uns tempos para cá, foram realizados vários estudos que comprovaram que crianças negras preferiam bonecas brancas. Isso acontece não necessariamente porque os pais ensinam assim, mas porque essas crianças estão recebendo mensagens confusas de todos os lados, e que deturpam suas noções sobre o que é belo”, explicou a publicitária. 
E nem precisamos ir tão longe para perceber isso. Basta ligar a TV, pegar um boneco para brincar, abrir um livro ou uma revista. Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida, que povoam o imaginário infantil são incapazes de representar a real beleza. O que acontece é que essas crianças crescem se sentindo inferiores, inadequadas, como se possuíssem uma espécie de anomalia por ser quem são, e isso é absurdamente cruel.
“Eu espero que as bonecas ajudem a trazer uma visão positiva do que a beleza étnica é . Há uma grande necessidade de nossos jovens se identificarem com seus brinquedos. É algo que afeta diretamente a sua autoestima e confiança. Mas cada dia aprendemos que é importante mostrar-lhes e ensinar-lhes que sua beleza é linda”.
Assim como a Karen, eu acredito que é extremamente necessário incentivar desde cedo estas crianças a  apreciarem suas próprias características, mostrando que aquilo que é endeusado, não é necessariamente um ideal a ser seguido. Por pensar assim, achei admirável o trabalho de Karen, e sim, se tivesse uma filha, compraria uma Barbie Afro pra ela. Ensinar a diversidade é a melhor educação que os pais podem dar a seus filhos, seja em relação a raça e/ou opção sexual. O importante é se aceitar, se amar como é, e consequentemente, ser feliz.

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