A indústria do consumo não para de nos empurrar coisas. São artigos supérfluos mostrados como tão necessários para a nossa sobrevivência quanto o ar que respiramos. Não é a toa que na lista das profissões em destaque no século XXI estão a de publicitário e qualquer uma ligada ao mundo da moda. Tudo passa. E passa tão rápido que não há armário que suporte tanto volume e novidades. O que estava em voga ontem, amanhã se perderá no meio de tantas tendências. E é preciso se reciclar, sempre. E não no sentido literal, que realmente deveria ser feito. É tudo na contramão, ou seja, na base do acúmulo. Conectado e sozinho, o cidadão pós-moderno preenche suas lacunas com coisas que não terminam mais. A maioria, sem utilidade. Vi hoje uma matéria interessante, na BBC Brasil, sobre o trabalho realizado por uma fotógrafa sueca. Ela fez um ensaio com vários jovens de seu país( conhecido pela alta qualidade de vida)junto com todas as ‘tranqueiras’ que possuem. O mais interessante do ensaio é que ambos os jovens tem uma expressão apática. Não parecem felizes. E sim aprisionados naquele mundaréu de coisas – muitas sem serventia alguma. Ao ver este ensaio, logo me lembrei de um programa interessante que passa naquele canal de TV paga, Discovery Home and Health, que chama Acumuladores. E como o próprio nome diz, mostra a realidade dessas pessoas que vivem no meio do caos criado por elas mesmas. E nesse caso, o nível de acúmulo chega a se tornar crônico. Nos EUA o termo usado é ‘hoarding’. E no país do Tio Sam, há relatos desses casos desde 1947. O site do programa relata um episódio extremo que ocorreu nesse período, onde dois idosos foram encontrados mortos no meio de um monte de lixo acumulado em seu apartamento. As montanhas de entulho chegavam até o teto e era preciso um sistema de túneis para os antigos moradores circularem entre as pilhas sem fim. Achei interessante a introdução do programa: “eles acham que são donos de suas coisas, mas as coisas é que são donas deles”. Para se pensar…

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