Nesses tempos pós-modernos, venho observado um fenômeno interessante que se repete com frequência nas redes sociais. A busca por um lugar ao sol, acarretado pelos cinco minutos de fama que esses meios possibilitam, criou o fenômeno do “posto, logo existo”. O sociólogo Bauman definiu em poucas palavras: “Transformamo-nos numa sociedade confessional: microfones são fixados no cofre-forte dos nossos recônditos segredos, violando aquilo que só poderia ser transmitido para Deus ou para seus mensageiros plenipotenciários. Hoje esses microfones se encontram conectados a alto-falantes que bradam nossas vidas em praça pública”.
E esses microfones nada mais são do que as redes sociais. Facebook, Twitter e afins.

Em Cibercultura, Pierre Levy aborda a palavra “pharmakon” ( que originou “pharmacie”, em francês), que significa ao mesmo tempo veneno e remédio. (…) Novo pharmakon, a inteligência coletiva que favorece a cibercultura é ao mesmo tempo um veneno para aqueles que dela não participam (e ninguém pode participar completamente dela, de tão vasta e multiforme que é) e um remédio para aqueles que mergulham em seus turbilhões e conseguem controlar a própria deriva no meio de suas correntes.(…)(Levy:1999). É exatamente isso  o que acontece com o Facebook e todas as outras redes sociais.O fenômeno da lingerie day retrata esta metamorfose do homem da atualidade, esta busca por sentidos que o obrigam a sentir-se parte deste todo, mergulhando neste universo virtual infinito. E essa busca faz com que ‘a mediocridade seja a única moralidade que faz sentido’. Pra fechar com Nietzsche!

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