A moda da ‘fast food’ ultrapassou todas as fronteiras da vida. Hoje tudo é rápido. Inclusive nós mesmos, que somos obrigados a acompanhar o ritmo frenético de nossos computadores. O imediatismo nos fez perder o prazer e o verdadeiro sabor da vida. Não porque nós não queremos, mas porque não temos escolha. Digo isso porque nem mesmo as coisas simples podemos realizar com o tempo necessário para usufruí-las. Fiquei pensando nisso quando saí  pra almoçar. As grandes metrópoles nos espancam nesse sentido. A praça de alimentação parecia uma zona de guerra, e o mais impressionante, é que não me surpreendi. É sempre assim. Geralmente eu não escolho o restaurante de acordo com a minha vontade momentânea, e sim pelo que aparenta ter menos pessoas na fila. E se estes são mais caros, tento encontrar um mais em conta da próxima vez, e torcer para não pegar uma fila muito grande. Penso que este que deveria ser um momento de desfrute, se tornou um momento enlouquecedor em nossas vidas. Além das filas dos restaurantes, que entregam seu prato com comida mal apresentada – na maioria das vezes insonsa- ainda tem a busca infinita pela mesa. Se resolver almoçar acompanhado, pior ainda. Um amigo deve ficar incumbido de árdua missão de encontrar uma mesa, enquanto o outro se responsabiliza pelos pratos. É preciso ser estrategista até na hora de almoçar. Tranquilidade? Passou longe. O som ambiente é um falatório incessante e chegar até a mesa só é possível depois de dar e levar algumas acotoveladas. Mais do que comum é o seu prato chegar meia hora depois de suas companhias – mesmo elegendo o mesmo restaurante e o mesmo pedido. Nessas horas eu invejo o ‘slow food’ de alguns europeus. Será mesmo que isso existe? E a famosa hora da sesta dos espanhóis? Mas o que mais me deprime é não encontrar alternativa. Não há restaurantes com essa proposta que ofereçam refeições a preços populares. Ou seja, para desfrutar de um ‘slow food’ típicamente brasileiro, é preciso viver no topo da pirâmide, uma realidade distante da grande maioria. E a caminho do escritório, um amigo otimista me aponta, feliz, uma casa que será demolida para dar lugar a outro edifício empresarial. Prosperidade? Não. Vejo isso como mais 1000 pessoas para dividir lugar na praça de alimentação. Indigestão garantida!

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